O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, afirmou que o esquema de propina não é exclusividade da Petrobras. "O que acontece na Petrobras acontece no Brasil inteiro, nas rodovias, ferrovias, nos portos e aeroportos", afirmou, durante reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras.
Costa disse estar "extremamente arrependido" de ter aceitado a indicação para a diretoria em 2004. "Infelizmente aceitei uma indicação política para a diretoria. Estou extremamente arrependido de ter feito isso." O ex-diretor reforçou que as indicações políticas acontecem desde o governo do ex-presidente José Sarney.
Ele confirmou aos parlamentares que tudo aquilo que ele disse na delação premiada é verdade. "Tudo que eu falei na delação, que eu não posso abrir aqui, eu confirmo. A delação é um instrumento sério e não pode ser usado de artifício, de mentira", disse.
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Segundo o ex-diretor, foram 80 depoimentos em mais de duas semanas de delação. Costa ressaltou que, a cada depoimento que deu, apresentou provas para corroborar as informações. "Vários fatos foram apresentados, e os que não foram apresentados eu indiquei quem poderia falar sobre os fatos."
Costa denunciou um esquema de propina nas diretorias da estatal para beneficiar partidos políticos com 3% do valor dos contratos com empreiteiras. Cerveró, que comandava uma das diretorias citadas, negou saber e participar de corrupção na Petrobras.
Segundo Costa, a decisão de aceitar a delação foi feita depois de pedidos de sua família. "Paulo, por que só você? E os outros? Você vai pagar sozinho por uma porção de coisas que estão erradas? Fiz a delação por respeito e amor à minha família."
O ex-diretor de Abastecimento participa de acareação com o ex-diretor da Área Internacional da estatal Nestor Cerveró. "Desconheço qualquer esquema de corrupção. Ratifico que não recebi propina", disse novamente Cerveró. Ele afirmou que não falará sobre o depoimento de Costa, pois desconhece as falas.