O novo ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, acusou a oposição de tentar tirar a atenção dos eleitores com a CPI da Petrobrás e disse que é legítima a estratégia dos aliados de criarem uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) mais ampla."Seria muito bom quem quer fazer CPI possa investigar todas as questões, inclusive os desvios no Metrô de São Paulo, casos envolvendo Minas Gerais e Pernambuco, inclusive a questão da Petrobrás. Agora, neste prazo eleitoral, é uma iniciativa político-eleitoral, não é uma iniciativa para investigar seriamente", afirmou.
Após reunião com líderes da base governista na Câmara dos Deputados, o ministro afirmou que a oposição tem objetivos eleitorais e que, por não ter projetos para apresentar na campanha, "manobra" com a CPMI. "A base tem o direito de apresentar suas alternativas", defendeu.
A fala incisiva de Berzoini ocorre um dia após ele ser nomeado no ministério no lugar de Ideli Salvatti, que deixou a pasta após a crise do governo com o Congresso, que culminou na aprovação da CPI da Petrobrás. Ideli ocupa atualmente a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
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Prazo. Para o ministro, a CPMI proposta pela oposição visa tirar a atenção dos eleitores. "É bom lembrar que o pedido da oposição é meramente voltado para a disputa eleitoral. Uma CPI pedida em abril, com 180 dias (de funcionamento), coincide exatamente com o período da eleição. É uma maneira de tentar suprimir o direito dos eleitores de debater o futuro do Brasil e tentar reprisar um conjunto de assuntos que já estão sendo tratados pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pela CGU (Controladoria Geral da União) e pelo TCU (Tribunal de Contas da União)", concluiu.
O ministro desconversou sobre a estratégia montada pelo Palácio do Planalto para dificultar a instalação de uma CPMI exclusiva da Petrobrás, mas deixou claro que o governo trabalha para dar destaque aos casos envolvendo governos da oposição.