Por iniciativa da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), a comissão parlamentar mista de inquérito que investiga a evasão de divisas do país por meio das contas CC-5 (CPI do Banestado) ouve, nesta terça-feira, a partir das 11h, depoimento de Nicéa Camargo, ex-esposa do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Ela foi convidada a comparecer ao colegiado por ter denunciado o envolvimento de agentes públicos na remessa ilegal de dinheiro para paraísos fiscais, esquema que teria contado, inclusive, com a participação de seu ex-marido.
No último dia 20 de agosto, a CPI do Banestado colheu o depoimento do ex-coordenador administrativo-financeiro da construtora Mendes Júnior em São Paulo, Simeão Damasceno de Oliveira, considerado a principal testemunha ouvida pelo Ministério Público paulista no inquérito que apura o superfaturamento de obras públicas no município e o recebimento de propinas por Pitta e pelo ex-prefeito Paulo Maluf.
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Um dia antes desse depoimento, Serys havia proposto a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Maluf e seus familiares e dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Pitta entre 1996 e 2002.
Simeão Damasceno deu, em seu depoimento, detalhes sobre o esquema de pagamento de propinas pela Mendes Júnior em obras superfaturadas, como a da avenida Águas Espraiadas, em São Paulo. Segundo o ex-funcionário da construtora, essa obra, que deveria ter custado cerca de R$ 250 milhões, saiu por quase R$ 800 milhões.
Por estimativa feita pelo deputado federal Moroni Torgan (PFL-CE) na ocasião, o esquema de pagamento de propinas pela Mendes Júnior deve ter remetido entre US$ 1,5 milhões e US$ 3 milhões por mês aos Estados Unidos e à Suíça.