Dos cerca de 700 inquéritos abertos para investigar o maior esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal do Brasil, por meio das contas CC-5, cerca de 200 já estão em Curitiba, transferidos de Foz do Iguaçu. Inicialmente estava prevista a remessa de 400 inquéritos. Mas as investigações estão paradas. A Justiça Federal encaminhou os inquéritos para o Ministério Público Federal de Curitiba, mas ainda não há definição sobre quem terá a competência de dar continuidade aos trabalhos.
A investigação começou em Foz do Iguaçu, em 1998, e em novembro do ano passado o Ministério Público Federal de Foz solicitou à Justiça Federal que encaminhasse parte dos inquéritos para Curitiba. Isso porque as pessoas que precisam ser investigadas diretores do extinto Banestado e do Banco Araucária, que teve sua falência decretada na última sexta-feira residem em Curitiba, o que facilitaria as investigações.
Diretores do Banestado e do Araucária são acusados de controlar os depósitos de casas de câmbio e de laranjas da fronteira feitos em suas próprias agências em Foz. Após receber o dinheiro, as diretorias de câmbio das sedes do Banestado e Araucária convertiam a moeda brasileira em norte-americana, para depois enviá-la para a extinta agência do Banestado em Nova York. De lá, os dólares eram disseminados para paraísos fiscais, entre milhares de terceiros.
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Depois de identificar os atravessadores, o objetivo agora é chegar à raiz e ao destino dos mais de US$ 15 bilhões enviados ilegalmente ao exterior após passarem por contas CC-5 de agências bancárias e casas de câmbio de Foz do Iguaçu, entre 1992 a 1998. Mais de 3 mil pessoas estão envolvidas, segundo o Ministério Público Federal.
No último episódio das investigações, que ultrapassaram as divisas do Paraná e estão espalhadas por vários Estados brasileiros, além de Nova York e Suíça, os peritos da Polícia Federal descobriram que os fiscais acusados de extorsão no Rio de Janeiro também utilizaram esse esquema para enviar dinheiro ao exterior. O tema é assunto de reportagem da revista ''IstoÉ'' desta semana. A revista diz que o doleiro Alberto Youssef, que reside em Londrina, teria sido também uma das pontes do esquema do Rio.
Ontem a Polícia Federal de Brasília emitiu nota oficial informando que um delegado e dois peritos criminais federais devem voltar a Nova York a fim de obterem junto às autoridades norte-americanas o volume da movimentação das contas correntes da Agência Banestado relativas ao período de 1998 a 1999, ano do encerramento da atividade da agência na cidade.