Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Em carta

Da cadeia, ex-PM nega participação na execução de Marielle

Agência Estado
10 mai 2018 às 17:22

Compartilhar notícia

- Divulgação
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Apontado por uma testemunha como um dos assassinos de Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo redigiu na quarta-feira (9), uma carta de dentro da cadeia negando participação no caso. No texto, ele também afirmou não ter envolvimento com a milícia que atua na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

A carta foi divulgada pela defesa do ex-PM nesta quinta-feira, 10. Segundo seus advogados, Araújo está sendo acusado por um policial com trabalhou em uma empresa de segurança.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


"Não tenho qualquer envolvimento com esse crime bárbaro e me coloco à disposição de todas as autoridades que apurarem esse caso para pessoalmente prestar esclarecimentos", diz a carta, que desqualifica o relato da testemunha. Araújo divulga o nome do policial que fez a denúncia (não divulgado pela reportagem, pois está sob proteção) e diz que o homem não tem "qualquer credibilidade".

Leia mais:

Imagem de destaque
Eleições de 2026

Indiciamento de Bolsonaro alavanca outras candidaturas de direita no Brasil

Imagem de destaque
Não há substitutos

Bolsonaro rebate Eduardo e, mesmo inelegível, diz ser 'plano A, B e C' para 2026

Imagem de destaque
Após reforma

Sede da Câmara de Londrina será entregue dia 10 e vai receber posse, diz presidente

Imagem de destaque
Pelo menos R$ 800 mil

Deputados paranaenses confirmam emendas para o Teatro Municipal de Londrina


Na carta, Araújo nega ter se encontrado com o vereador Marcello Siciliano (PHS) para tratar da encomenda da execução de Marielle, o que foi apontado pela testemunha. "Nunca estive com o vereador (Marcello) Siciliano em nenhuma oportunidade. Com todo respeito à vereadora Marielle, eu nunca tinha ouvido falar dela".

Publicidade


O ex-policial está preso em Bangu 9 desde outubro de 2017. A prisão é preventiva e os processos são referentes a um homicídio e a porte ilegal de arma. Segundo Renato Darlan, advogado de Araújo, ele é inocente nos dois casos. "É uma liderança comunitária. Está com muito medo de não ter voz para combater essas imputações direcionadas a ele, e se antecipou (com a carta)", disse.


O advogado afirmou ainda que a testemunha - que seria miliciana, de acordo com Araújo - teria interesse na permanência do ex-PM na prisão. Os dois trabalharam juntos em segurança para empresas e Araújo teria se afastado quando soube que o colega estaria envolvido em práticas criminosas.

Publicidade


Relato


Um PM e um ex-PM teriam participado do assassinato de Marielle e Gomes, disse à polícia a testemunha. Segundo o depoimento, o policial, atualmente está em atividade no batalhão do bairro de Olario e, o ex-PM, que trabalhou no batalhão do Complexo da Maré, duas áreas conflagradas da capital, estariam no carro (um Cobalt prata) usado pelos assassinos de Marielle. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

Publicidade


Assim como outras duas pessoas que também estavam no carro e apontadas pela testemunha, o policial e o ex-policial são investigados pela Delegacia de Homicídios e que já teriam participado de crimes semelhantes. Os quatro seriam ligados a Araújo, que, por sua vez, é sócio do vereador Siciliano, de acordo com a testemunha. O vereador, ela disse, mandou matar Marielle porque ela estava "atrapalhando" a milícia na zona oeste. A polícia já investigava a possibilidade de participação de milícias no duplo homicídio.


Na quarta-feira, 9, o vereador desqualificou o depoimento da testemunha que o acusou de ter envolvimento na morte da vereadora. Ele disse que se trata de um "factoide" e que nunca teve desentendimentos políticos com Marielle. "Quero expressar minha indignação como ser humano. Estou perplexo. Minha relação com a Marielle era muito boa. Estou sendo massacrado nas redes sociais. Mais do que nunca, quero que o caso seja resolvido" disse.

Publicidade


A denúncia da testemunha, publicada também pelo jornal O Globo, aponta ainda que o vereador participou no ano passado se reuniu em um restaurante no Recreio com Araújo, no qual teria dito sobre Marielle: "Precisamos resolver isso logo". Araújo foi apontado como chefe de uma milícia em Curicica, na zona oeste, e teria negócios com o Siciliano na região. O ex-PM era ligado ao jogo do bicho e depois se associou à milícia, segundo investigações do Ministério Público.


Siciliano é empresário da construção civil e tem como reduto eleitoral Vargem Grande e Vargem Pequena, nesta mesma área da cidade, onde se estabeleceu há 20 anos. A milícia vem avançando nos últimos anos nos dois bairros, extorquindo moradores e comerciantes e construindo edifícios para aluguel, segundo investigações do Ministério Público. A área enfrenta crescimento populacional. Já foi considerada "neutra", ou seja, sem dominação de traficantes, e acabou sendo "encampada" por milicianos.

Publicidade


A testemunha contou que foi coagida a trabalhar com Araújo. Disse que o vereador e o miliciano se encontraram quatro vezes. Numa das ocasiões, Marielle teria sido chamada por Siciliano de "piranha do Freixo", alusão ao deputado Marcelo Freixo (PSOL), com quem a vereadora trabalhou por dez anos na Assembleia Legislativa do Rio- inclusive durante a CPI das Milícia - antes de se eleger em 2016.


O assassinato, pela versão da testemunha, teria como motivação as ações políticas de Marielle em favelas da zona oeste sob o jugo da milícia, segundo a denúncia. Ela se opôs a um projeto de verticalização de Rio das Pedras, favela da zona oeste, o que teria desagradado milicianos, e apoiou moradores da Cidade de Deus em questões locais, disse a testemunha.


Colegas do PSOL, no entanto, disseram que Marielle não teve protagonismo nesses locais. Seu mandato era pautado pela defesa de populações das favelas, de negras e mulheres, mas sem se vincular a comunidades específicas.

O crime foi na noite de 14 de março. Marielle estava de carro e levou quatro tiros na cabeça. Seu motorista morreu por estar na linha de tiro. Na noite desta quinta-feira, 10, será feita reconstituição, na área central do Rio. O local já está sendo preparado para a reprodução, que usará arma e munição verdadeira, para que as condições sejam reproduzidas da forma mais aproximada possível daquela noite.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo