O Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 17, publica decreto do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que formaliza o afastamento temporário de quatro vice-presidentes da Caixa investigados por suspeitas de corrupção. Serão afastados Antônio Carlos Ferreira (Corporativo), Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias), José Henrique Marques da Cruz (Clientes, Negócios e Transformação Digital) e Roberto Derziê de Sant'Anna (Governo).
Temer insistia em manter os dirigentes no banco público para evitar conflitos com partidos políticos que indicaram os nomes para os cargos. No entanto, depois de pressionado pelo Ministério Público Federal (MPF) e, nesta terça-feira, 16, pelo Banco Central, Temer decidiu pelo afastamento dos executivos por um prazo de 15 dias para que eles possam "apresentar ampla defesa das acusações".
Meirelles destacou nesta terça que a decisão sobre o afastamento definitivo ou não dos quatro executivos será do Conselho de Administração da Caixa. Segundo o decreto, o afastamento se dará até a conclusão da apuração dos fatos pelo colegiado, assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Leia mais:
Indiciamento de Bolsonaro alavanca outras candidaturas de direita no Brasil
Bolsonaro rebate Eduardo e, mesmo inelegível, diz ser 'plano A, B e C' para 2026
Sede da Câmara de Londrina será entregue dia 10 e vai receber posse, diz presidente
Deputados paranaenses confirmam emendas para o Teatro Municipal de Londrina
O decreto cita ainda que a decisão levou em conta ofício do Banco Central. Esse documento, conforme informou o Broadcast,serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, aponta supostas irregularidades praticadas por dirigentes da Caixa e recomenda o afastamento dos envolvidos.
Acusações
Uma investigação independente contratada pela Caixa encontrou evidências que confirmam a "existência de disputa política por cargos" no banco público. O documento, produzido pelo escritório de advocacia Pinheiro Neto, alerta que a relação próxima entre os membros da alta administração da Caixa e os grupos políticos que lhes dão "sustentação" representam grave risco à instituição financeira.
O documento produzido pelo Pinheiro Neto é o mesmo cujo conteúdo embasou a recomendação do MPF para que a Caixa substitua os seus 12 vice-presidentes e contrate uma empresa de recrutamento para selecionar os executivos do banco.
Ao notificar à Caixa, os procuradores apontaram para a empresa supostas irregularidades que teriam sido mapeadas pela investigação do Pinheiro Neto contra ao menos quatro vice-presidentes do banco: vazamento de informações privilegiadas para políticos sobre andamento de pedidos de empréstimos, negociação de cargo em estatal como moeda de troca para liberação de crédito e pedidos para atender a "demandas" de políticos como garantia para a manutenção da vaga de vice-presidente.