Vários deputados saíram do Plenário e estão se dirigindo à sala do Conselho de Ética para que seja retomada a reunião marcada para a leitura do relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) ao processo contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha. A reunião foi anulada pelo deputado Felipe Bornier, no exercício da Presidência. Em protesto, outros parlamentares ficaram de costas no Plenário.
Sobre a coincidência do horário da sessão do Plenário e da reunião do Conselho de Ética, Eduardo Cunha já declarou que desde o início do ano sempre houve sessão na quinta-feira pela manhã, a partir de 9 horas, a pedido dos próprios líderes, para que a mesma não ocorra à tarde. "A sessão do Plenário já estava decidida antes de a reunião do Conselho ser combinada", lembrou.
A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) criticou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. "Eu tento dar exemplo de superação, de ética, e o senhor também tem de dar o exemplo e está perdendo a cada dia a legitimidade de presidir. E o que o Bornier fez aqui não se faz", protestou.
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Cunha reafirmou, entretanto, que as decisões da Presidência sobre interpretações regimentais são sempre feitas à luz do Regimento Interno e disse que não se pronunciaria sobre a decisão referente ao Conselho de Ética. "Questão de ordem que tem implicação em matérias que ora podem ser de interesse da oposição e ora de interesse do governo não pode ser decidida pelo clima politico do momento. O recurso à CCJ foi admitido", explicou.
O presidente, no entanto, foi interrompido várias vezes pelo protesto de deputados contra a anulação da reunião do Conselho de Ética.
O deputado Miro Teixeira (Rede –RJ) disse que houve ordem ilegal. Presidente do Conselho, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA) afirmou que, se os deputados que saírem do Plenário forem ao Conselho de Ética, ele vai reabrir a reunião. "Não quero ser o causador de problemas, fazer com que todos os deputados se dirijam ao Conselho, mas se isto ocorrer, tenho de reabrir e farei. Esta Casa não pode ficar enxovalhada com decisões deste tipo", disse. Ele reafirmou que o Conselho é órgão independente.