Os deputados estaduais integrantes da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa pretendem convencer a secretária da Educação, Alcyone Saliba, a revogar a resolução nº 3651/2000. A intenção é extinguir ou modificar a medida, que prevê remanejamento de funcionários, transferindo parte de corpo administrativo e pedagógico de escolas pequenas para estabelecimentos de grande porte. Caso Alcyone não atenda o pedido da Assembléia, os deputados pretendem encaminhar um decreto legislativo suspendendo à resolução.
O presidente da Comissão de Educação, deputado Irineu Colombo (PT), disse que a Assembléia vai dar um prazo até o dia 19 para a secretária Alcyone Saliba revogar a resolução, também conhecida como "porte de escola". Ontem, os deputados estiveram reunidos para discutir a medida. A pedido do presidente eleito da Assembléia, deputado Hermas Brandão (PTB), a secretária Alcyone Saliba foi convidada. No entanto, ela não compareceu ao encontro, adiando a conversa para hoje às 10 horas.
A mudança de data evitou que Alcyone se encontrasse com professores e diretores da APP-Sindicato (sindicato dos professores e profissionais da Educação), que a esperavam em frente da Assembléia. Os diretores entregaram uma abaixo-assinado com assinaturas de 350 diretores das 2.163 escolas do Estado. Além desse documento, os deputados ouviram também pais de alunos e representantes da APP. "A maioria dos deputados se mostrou preocupado com a medida, que pode atingir as escolas pequenas e médias e deixar o ensino prejudicado", afirmou deputado estadual Algaci Túlio (PTB).
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Túlio disse que é consenso entre os deputados da Comissão de Educação que deve ser revogada a política de remanejamento nas escolas. A resolução vai atingir diretamente 458 estabelecimentos com até 160 alunos, a maioria no Interior do Paraná.
Para o presidente da APP, Romeu Miranda, a mudança é contrasenso a realidade pedagógica. "Estudos modernos mostram que a qualidade de ensino é melhor nas pequenas unidades, onde existem uma melhor interatividade com os alunos", disse Miranda.
O presidente do sindicato dos professores acrescentou que também foi apresentado aos deputados o problema causado pela demissão de 1,2 mil professores. Eles foram demitidos com o término das aulas e agora vão ser recontratados. "Com isso, o governo economiza salários, mas interrompe os projetos de ensino", afirmou.