O diretor de Trânsito da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Wilson de Jesus, foi até a Câmara Municipal na tarde desta quinta-feira (23) para se defender da acusação de participar do esquema de cancelamento de multas, investigado pela comissão de sindicância, que apontou a anulação 148 autos de infração com a participação de 47 agentes de trânsito.
Jesus alegou que não foi convidado para prestar esclarecimentos e disse que a investigação tomou novos rumos nas últimas duas semanas com o desaparecimento da pasta da sindicância de dentro da sede da companhia. Sobre a acusação, que emitiu informação falsa para beneficiar um agente municipal no cancelamento de uma multa, ele respondeu que transcreveu o parecer de um funcionário e confirmou que "não há e nunca houve" marca de canalização na avenida Santos Dumont, 520. "Usaram no documento fraudulento, a imagem do programa google street view de outro endereço da mesma via", contestou.
O diretor também negou que tenha realizado o cancelamento de uma multa do seu próprio veículo em 2008. De acordo com ele, o pagamento da infração foi registrado.
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Jesus atacou o assessor jurídico, Davidsson Santiago, que presidiu a sindicância e o responsabilizou pelas "fraudes" durante o levantamento. "Quem possui cargo comissionado não pode investigar funcionário de carreira", argumentou. A sindicância chegou a pedir a demissão com justa causa do diretor e de outros funcionários da companhia.
Após a defesa, os vereadores da Casa confirmaram que Santiago foi indicado para cargo na CMTU pelo ex-procurador jurídico do Município, Fidélis Canguçu, preso em 2011 durante a Operação Antissepsia. Canguçu também fez parte da assessoria jurídica da CMTU. O vereador Joel Garcia (PP) adiantou que deve pedir abertura de nova Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as irregularidades na companhia, apesar do período eleitoral. Ao portal Bonde, Garcia disse que vai entrar com o pedido ainda nesta quinta-feira.