Cada emprego gerado pela montadora francesa Renault do Brasil Ltda., instalada no município de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, custou cerca de R$ 500 mil. O cálculo é do professor do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eduardo Ratton. Ele teve acesso ao documento e entregou ao governador eleito, Roberto Requião (PMDB), um estudo no qual destaca as principais ''absurdas cláusulas''.
Isenção de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), de Imposto Sobre Serviços (ISS) e de qualquer taxa de serviço ou de contribuição de melhorias por um período de dez anos são alguns dos benefícios garantidos ao governo do Estado para que a montadora se instalasse no Paraná. O contrato assinado entre o Estado e a multinacional, vinha sendo mantido em sigilo pelo governo Jaime Lerner (PFL).
Segundo o documento elaborado pelo professor, o capital inicial da montadora foi de R$ 640 milhões. Porém, a Renault do Brasil teria recebido participação acionária do Fundo de Desenvolvimento do Estado (FDE) de 40%, o que equivale a aproximadamente R$ 300 milhões. Os 60% complementares foram dados pela própria empresa, através de peças, máquinas e dinheiro emprestado do próprio governo do Estado, com a condição de pagamento em dez anos, sem juros nem correção monetária.
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As ações do governo do Estado são do tipo B, o que significa que, embora o governo tenha entrado com 40% do capital, não tem direito a voto. As ações também não podem ser vendidas antes de sete anos, e quando esse prazo acabar a montadora tem preferência de compra.
Leia a reportagem completa na Folha de Londrina desta quarta-feira.