O ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente da República, Eduardo Campos (PSB) deverá ser ouvido pela Justiça Federal, como testemunha de defesa, no caso que investiga a possível participação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef em suposto superfaturamento em obras empreendidas pela Petrobras, entre elas a Refinaria Abreu e Lima. Campos e o candidato ao Senado e ex-ministro da Integração, Fernando Bezerra, deverão ser convocados pela JF para prestarem depoimentos nas próximas semanas.
Na sexta-feira, 11, Costa e Youssef participaram de uma audiência de instrução de duas testemunhas de acusação - um agente e um delegado que participaram das investigações na Operação Lava Jato - na sede da Justiça Federal, em Curitiba (PR). Eles não se pronunciaram, porém, estavam acompanhados de seus advogados. Tão logo terminou a audiência, com duração de três horas, ambos voltaram para a cela da Polícia Federal, em Curitiba.
Sobre a participação de Campos e Bezerra no processo, o advogado de Costa, Nélio Machado disse que isso deve acontecer. "Continuam (Campos e Bezerra) como testemunhas, embora o juiz tenha solicitado que em cinco dias a defesa diga a motivação para essa indagação; embora não seja razoável o que o juiz solicita, pois a defesa não costuma conversar antes, e a testemunha dirá o que souber diante daquilo que for perguntado", observou.
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Machado também ressaltou que não conhece o ex-governador. "Eu não conheço sequer o senhor Eduardo Campos muito menos a outra testemunha que é um candidato a senador pelo estado de Pernambuco. Mas toda essa acusação, ela vem de uma peça de ficção : a ideia de que havia superfaturamento na construção da Refinaria Abreu e Lima", disse.
Além disso, Machado disse desconhecer alguma participação de Campos no processo. "Desconheço qualquer envolvimento do governador, não há nada nos autos nesse sentido, ele jamais foi citado nesse processo", completou.
Já o advogado de Alberto Youssef, Figueiredo Bastos, disse que a audiência transcorreu dentro do esperado e que vai tentar anular o processo. "Não vi nos autos até agora alguma prova concreta que pudesse indicar corrupção na Petrobras. Hoje, as autoridades que vieram aqui deixaram claro que não enxergaram nenhuma prova de um grupo organizado. Não vi e nem reconheci nos autos uma prova concreta que indicasse Alberto Youssef como a pessoa com a capacidade para atuar dentro da Petrobras ao ponto de influenciar empreendimentos como Abreu Lima entre tantos outros", afirmou.
Bastos deve pedir à Justiça, novamente, a liberdade de seu cliente. "Ingressamos com habeas corpus que deve ser julgado agora na semana que vem pela quarta região, na tentativa de suspender duas prisões e estamos ingressando também na semana que vem com mais quatro habeas corpus que visam não só a liberdade como também toda a anulação desse processo".
Durante a tarde, também foram ouvidas outras duas testemunhas de acusação, mas sobre os crimes financeiros cometidos e flagrados pela Operação Lava Jato. As doleiras Nelma Kodama e Iara da Silva, que estão presas e acompanharam os depoimentos. Além delas, mais sete envolvidos no processo também acompanharam.