O sistema público de consulta aos projetos protocolados na CML (Câmara Municipal de Londrina) tem dado o respaldo burocrático necessário ao argumento hoje defendido por Emanoel Gomes (Republicanos). De fato, quem acessa a página não encontra nenhuma proposta protocolada no Legislativo para estabelecer o número de vereadores da cidade para a próxima legislatura (2025-2028). Pelo menos até agora.
Passados dois meses desde as primeiras declarações do presidente da Casa sobre uma possível deliberação para aumentar o número de vereadores, seu discurso, no entanto, tem se modificado ao longo do período. Se semanas atrás as falas do mandatário denotavam que o texto não demoraria a sair do forno, hoje os sinais públicos de cautela vêm adquirindo mais força.
'Reunião' em julho; 'próximos dias' em agosto
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Em meados de julho, dias antes do recesso do meio do ano, ele chegou a adiantar à FOLHA que queria aproveitar o período sem sessões para se reunir com os outros quatro parlamentares da Mesa Executiva e começar a tratar da pauta.
Porém, a conversa não aconteceu, segundo informado por Gomes quando os trabalhos foram retomados, em 1º de agosto. Ainda assim, o chefe do parlamento local apontou em entrevista que o tema poderia ser detalhado ao público em um curto espaço de tempo. “Acredito que, pelos próximos dias, vamos estar trazendo esse assunto a toda a população”, estimou na ocasião.
Debate virou 'especulação'
Logo na semana seguinte, ao repercutir a pesquisa de opinião do Instituto Multicultural com a FOLHA e a Paiquerê 91,7 (entre os dados, 93,5% dos londrinenses afirmaram rejeitar um eventual aumento de assentos na CML), Emanoel Gomes adotou um tom mais cauteloso ao chamar de “grande especulação” uma suposta elevação no número de vereadores – embora continuasse a defender que a fixação da quantidade de cadeiras (seja para mais, menos, ou no mesmo patamar) teria de ser deliberada pelos membros dessa legislatura.
Perguntado novamente pela FOLHA na sexta-feira (8), o presidente disse “não ter nada para falar” do assunto. De acordo com ele, não há “nada de novo” quanto a isso. “Apenas falas e especulações de alguns veículos de comunicação”, comentou.
Entre vereadores ouvidos de forma reservada pela FOLHA nos últimos dias, a percepção é de que, por ora, há um significativo esfriamento no debate e nas tratativas de bastidores. “Esfriou totalmente, porque o presidente e a mesa estão focados na mudança da Câmara”, contou uma fonte do plenário. Por conta da reforma no prédio próprio, o Legislativo está se instalando em parte do complexo locado por R$ 65 mil ao mês junto à Anhaguera/Unopar.
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