A secretária Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, Cláudia Chagas, disse aos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que as exigências norte-americanas para a quebra dos sigilos demandarão pelo menos quatro meses para que se possa obter as informações necessárias.
Devido às exigências a CPMI que investiga a remessa ilegal de dólares ao exterior, por meio de contas CC-5, talvez não tenha tempo para analisar os 16 pedidos de quebra de sigilo bancário feitos pela Polícia Federal à autoridades norte-americanas. As contas passaram pela agência do Banco do Estado do Paraná (Banestado), em Nova Iorque, e tem indícios de remessa ilegal.
A secretária garantiu, entretanto, que a comissão terá acesso aos documentos recolhidos pela equipe da Polícia Federal que esteve nos Estados Unidos para investigar as contas bancárias.
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Segundo Cláudia Chagas, existe um vasto material fornecido pela diretoria do Banco Itaú e entregue à Polícia Federal e ao Ministério Público. O Itaú adquiriu o Banestado e ao tomar conhecimento das irregularidades contratou um advogado norte-americano que conseguiu junto ao Judiciário daquele país a quebra do sigilo de várias contas bancárias.
Os desencontros no processo de investigação deste caso têm causado irritação nos parlamentares da comissão. Nesta terça-feira, esse desencontro ficou patente com declarações feitas à imprensa pelo delegado da PF, José Castilho Neto, de que os 16 pedidos de quebra de sigilo feitos à autoridades norte-americanas são irrelevantes para a investigação. O próprio Castilho foi o autor dos pedidos, em janeiro deste ano, revelou Cláudia Chagas.
O delegado, que está cotado para assessorar a CPMI, acompanhou parte da audiência. Ele garantiu que com a quebra do sigilo de apenas quatro contas, "numa manhã, de 8 ao meio-dia, seria capaz de fazer a instrução deste processo".
A declaração irritou os parlamentares. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) pediu à Presidência da comissão que convoque de imediato o delegado. Ele quer a revelação dos quatro nomes que Castilho disse serem necessários para fechar o processo.
O presidente da CPMI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MS), admitiu antecipar o depoimento do delegado da PF, previsto para o dia 29 de julho.
Com Agência Brasil