O futuro da Companhia Paranaense de Energia (Copel) permanece em suspenso. Os deputados estaduais ainda não votaram nenhum dos três projetos que podem colocar um freio no processo de privatização da estatal.
Por causa do tumulto no plenário e dos protestos das galerias, a sessão já foi suspensa seis vezes pelo presidente da Casa, Hermas Brandão (PTB). Foi reaberta pela última vez por volta das 22 horas, mas suspensa em seguida para uma reunião entre os líderes dos partidos.
Além do projeto popular que cassa a autorização concedida pela Assembléia Legislativa em 1998 para o Estado vender a Copel (Lei 12.355/98), outros dois projetos impedindo a venda da Copel estão na pauta da sessão: um do deputado Divanir Braz Palma (PST), suspendendo o processo de privatização por 90 dias, e outro do pepebista Tony Garcia, também revogando a autorização.
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A situação teve duas baixas: a da deputada Serafina Carrilho (PL), que na semana passada já havia se manifestado contra a venda, e do pefelista Chico Noroeste. "O governo prometeu o Hospital Regional de Foz do Iguaçu e até agora não fez nada", declarou. O outro motivo que levou o parlamentar a mudar de voto foi o resultado de uma pesquisa que ele encomendou, mostrando que 97% dos entrevistados na região de Foz são contrários à venda.
A decisão de Chico Noroeste coloca o tucano Sérgio Spada em situação desconfortável. O reduto eleitoral de Spada, que não compareceu à sessão de ontem, também é Foz do Iguaçu. O PSDB ameaça Spada e seu colega Luiz Fernandes Litro, também tucano, que descumpriram ordem do partido no Estaod para votar contra a privatização da Copel.
Tiago Amorim (PTB) declarou que votaria com a oposição, apesar de ser da base do governo. O secretário dos Transportes, Nelson Justus, estava de prontidão na Assembléia. Nos bastidores, a informação era que Justus reassumiria sua cadeira, no lugar do deputado Custódio da Silva (PFL). O pefelista estaria sofrendo pressões para votar contra a venda.