O governo e os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram em acordo após 72 dias de greve. O anúncio foi feito na madrugada deste sábado ao final de uma reunião que durou mais de sete horas entre o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, representantes dos servidores do INSS e dos ministérios do Planejamento e da Previdência.
"O acordo representou uma proposta adequada para o governo e para os servidores", sintetizou Marinho. Segundo o ministro, os funcionários voltam ao trabalho na terça-feira, mas os postos só atenderão os segurados a partir da próxima quarta-feira.
O periodo de atendimento das agências será ampliado em duas horas. Os postos ficarão abertos durante três sábados seguidos, por cinco horas. "O objetivo é desafogar os processos e acelerar os atendimentos", justificou o ministro.
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Em troca deste esforço extra, os trabalhadores não terão o ponto cortado. Ou seja, o salário referente ao mês de julho - retido durante a paralisação - será repassado integralmente aos funcionários do INSS.
O grupo também chegou a um consenso sobre as gratificações por desempenho. De acordo com Marinho, 60% dos R$ 140 milhões destinados para esta bonificação serão repassados como reajuste para os servidores na ativa. Já os outros 40% serão divididos entre ativos e aposentados.
Os representantes dos trabalhadores saíram satisfeitos da reunião. No entanto, a diretora da Federação Nacional dos Servidores em Previdência Social (Fenasps), Miraci Astum, ressalta que "esta não foi a melhor solução. Mas foi a decisão limite para o governo e para o movimento", ressaltou.
Todos os aspectos discutidos nesta reunião serão repassados na segunda-feira para as assembléias estaduais em todo o país. Os servidores do INSS pediam reajuste de 18% e gratificação de desempenho igual para os trabalhadores na ativa e para os aposentados.