Preocupado com o caixa, o governo do Estado resolveu testar outra medida de contenção de despesas. Conforme a Folha já havia antecipado, o Executivo decidiu cortar a carga horária do funcionalismo nas repartições da administração direta e indireta. O expediente será reduzido das atuais oito horas para seis horas e meia diárias. Em vez de trabalhar das 8 horas ao meio-dia e das 14 às 18 horas, os servidores vão dar expediente único das 12h30 às 19 horas.
O novo horário entra em vigor no dia 1º de fevereiro e atinge cerca de 32 mil dos 132 mil servidores ativos. A estimativa de economia é de R$ 20 milhões ao ano e o montante será aplicado no plano de saúde dos servidores.
O secretário da Administração, Ricardo Smijtink, garantiu que não haverá corte de salários com a redução da jornada. "A redução de despesas virá nas contas de luz, água, telefone, papel", explicou. O secretário fez questão de frisar que a medida é experimental e pode ser revogada a qualquer momento pelo governador Jaime Lerner (PFL). "A meta é racionalizar o serviço, aliando enxugamento nos gastos a um horário menor." A implantação do turno único será determinada por decreto do governador e deve ser publicado no Diário Oficial do Estado na semana que vem.
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Smijtink disse que a mudança de horário não vale para as áreas de saúde, educação, segurança pública, fiscalização e governadoria. "Esses setores já trabalham por turno e não terão o funcionamento prejudicado. O horário de funcionamento permanecerá inalterado nesses casos", declarou.
Segundo ele, o novo horário facilita o atendimento à população. "As pessoas terão acesso aos serviços em horário que antes não tinha", justificou.
O secretário do Governo, José Cid Campêlo Filho, disse que a medida não tem como objetivo forçar demissões de servidores que teriam outro emprego e poderiam ter os horários comprometidos. "De forma nenhuma. Ninguém vai ser prejudicado. Muito pelo contrário. Vão trabalhar menos pelo mesmo salário", explicou.
O Palácio Iguaçu divulgou que o turno único vigorou no Paraná em 1970, quando a administração pública funcionou das 12 horas às 18h30. A Secretria de Comunicação alegou ainda que outros setores da administração pública no País, como a Justiça Federal, o Superior Tribunal de Justiça e alguns setores do governo federal já aderiram ao turno único.
Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira