O senador Roberto Requião (PMDB) anunciou, em Curitiba, que vai entrar na Justiça para responsabilizar os autores das escutas ilegais nos telefones do partido durante a campanha eleitoral de 1998. Requião - novamente candidato à sucessão ao governo estadual, em 2002 - vai entregar notícia-crime ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.
O senador, também presidente estadual do partido, decidiu conceder 10 dias de prazo para o governador Jaime Lerner (PFL) renunciar ao mandato. Caso contrário, a bancada estadual do PMDB na Assembléia Legislativa vai protocolar um pedido de impeachment de Lerner - que depende de aprovação do plenário.
As decisões foram tomadas depois de um encontro entre o senador e o cabo da Polícia Militar Luiz Antonio Jordão, que denunciou o esquema de escutas ilegais no Palácio Iguaçu. De acordo com o cabo, também havia grampos em comitês eleitorais adversários.
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A notícia-crime não conta com provas materiais, e está acompanhada de matérias de jornais e do testemunho do cabo Jordão. "Temos provas testemunhais (do cabo) e as que a CPI da Telefonia da Assembléia conseguir levantar", afirmou Requião. Ele explicou que a denúncia feita à Justiça terá dois desdobramentos. Uma ação penal e outra de crime eleitoral.
"O prazo de 10 dias é para o governador refletir e limpar suas gavetas", disse Requião. "É tarde, mas dá tempo do impedimento. O lucro mínimo do Paraná seria não vender a Copel".
O secretário de Governo, José Cid Campêlo Filho, adiantou que o governo vai tomar todas as providências necessárias para se defender. "O senador não tem provas e está usando essas denúncias de grampos politicamente". "Não vamos deixar ninguém se aproveitar desse episódio, porque o governador jamais permitiria escutas telefônicas no governo", frisou o secretário.
Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado