O secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, invocou a possível falência do Estado para defender a privatização da Copel. Mandando um claro recado aos deputados, que na segunda-feira receberão um projeto popular que pode impedir a venda da Estatal, o secretário afirma que a Copel é a solução para evitar o "cataclisma da previdência" e a quebra das finanças públicas.
"O governador (Jaime Lerner, PFL) está consciente que os paranaenses só verão o lado bom da privatização quando outros Estados quebrarem e o Paraná estiver com as finanças em dia", declarou. "Sei que sou o mensageiro da catástrofe, mas neste momento não podemos ser emocionais".
Guerra disse saber que a oposição - que adotou o combate à privatização como principal bandeira - sai ganhando no quesito "emoção". "Mas teremos razão quando os outros estiverem quebrados". O secretário lançou um desafio aos deputados: "se não querem que o Estado venda a Copel, que apontem outra saída. Substituímos a solução". Acrescentou que - mesmo depois das rodadas de negociações com a base de sustentação - não conseguiu "arrancar" outra alternativa.
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A Paraná Previdência (o fundo de pensão e aposentadorias dos servidores) tem R$ 1,9 bilhões. São necessários R$ 5 bilhões para capitalizar totalmente o fundo.
Além de convencer sua base de apoio a votar a favor da venda, o governo se preocupa com o desgaste sofrido junto à população. Guerra disse que, quando decidiu vender a Copel, o governador estava consciente desse prejuízo. Ele afirmou que, mesmo com a rejeição, Lerner não desiste da privatização - mesmo que isso custe uma eleição. No seu primeiro mandato, Lerner não queria vender a estatal.
"O problema previdenciário ninguém previu", disse, referindo-se aos antecessores de Lerner. São 83 mil inativos (205 mil servidores no total). A previsão é que, em dois meses, sejam 92 mil. "O governo precisa se livrar desse déficit".
Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado