O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou nesta quarta-feira ao Ministério Público Federal em Minas Gerais o depoimento no qual o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do mensalão e teve contas pessoais pagas pelo esquema, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
Inicialmente Gurgel tinha anunciado que a investigação seria remetida para o Ministério Público em São Paulo. No entanto, na noite de terça-feira, o procurador disse que reexaminou o caso e estava em dúvidas sobre para onde mandar. Ele concluiu que seria melhor encaminhar para Minas Gerais.
"De início, tendi, realmente, para São Paulo. Mas hoje estava examinando a questão de Minas, onde há alguns feitos que foram desmembrados do Supremo", afirmou Gurgel na terça-feira (05). "Quero me certificar que enviei para o local (Estado) mais adequado", completou.
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Lula não foi investigado no processo do mensalão que foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no segundo semestre do ano passado. Na época das investigações, o Ministério Público tinha concluído que não havia indícios de participação do ex-presidente no esquema.
No entanto, em setembro do ano passado, Marcos Valério prestou um novo depoimento no qual levantou as suspeitas contra Lula. Como o julgamento já estava em andamento, não era mais possível incluir o ex-presidente no processo que tramitava no Supremo.
Enquanto exerceu o cargo de presidente da República Lula teve o direito de ser investigado e processado perante o STF. Esse benefício é conhecido como foro privilegiado. Mas, ao deixar o cargo, ele perdeu essa prerrogativa. Ou seja, os eventuais inquéritos e processos contra ele têm de tramitar perante a Justiça de 1ª. Instância.