A demissão "tardia" de Antonio Palocci da Casa Civil revela insegurança do governo e incapacidade de articulação política. A avaliação foi feita nesta terça-feira (7) pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) ao comentar a saída do ministro chefe da Casa Civil, anunciada há pouco.
O senador ressaltou, porém, que a oposição continuará insistindo na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias em relação à evolução patrimonial de Palocci nos últimos anos. Alvaro Dias preferiu não comentar a indicação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para o cargo, mas observou que "o governo não pode brincar nessa hora, tem que cuidar do país e ter responsabilidade na escolha".
"A demissão do ministro não é sentença de absolvição, nós temos que continuar buscando a verdade, esclarecimentos cabais e definitivos devem ser oferecidos à população brasileira", afirmou, em entrevista à imprensa.
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Alvaro Dias disse que o processo de desgaste do governo não é interrompido com a saída de Palocci, embora ele possa reduzido, mas afirmou que poderá haver "turbulências maiores em razão da escolha agora de alguém que vai substituir o ministro".
"A oposição continua insistindo com a CPI. Certamente teremos dificuldades maiores agora para obtenção das assinaturas da base do governo, já que o argumento da demissão do ministro pode ser invocado. Mas é nosso dever tentar investigar" - afirmou.
Alvaro Dias disse ainda que a investigação política é essencial porque propõe transparência, dá publicidade aos atos e convoca a autoridade judiciária à responsabilidade.
"Portanto, creio que é fundamental que a oposição prossiga nesse seu objetivo de instalar a CPI, especialmente no Senado Federal", afirmou.