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Jocelito culpa adversários políticos por ação do MP

Denise Angelo - Folha do Paraná
04 dez 2000 às 09:57

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O prefeito de Ponta Grossa, Jocelito Canto (PSDB), resolveu quebrar o silêncio e para se defender das acusações investigadas pelo Ministério Público resolveu atacar. Sobrou até para a Igreja, insituição que segundo Jocelito aliou-se com seus adversários para prejudicá-lo. Sobre a ação movida pelo Ministério Público, que está semana acabou com uma decisão judicial que bloqueio todos os seus bens, investimentos e determinou a quebra de seu sigilo fiscal, o prefeito disse que ainda nem contratou um advogado para defendê-lo.

Ele pretende pegar cópias da ação inicial e do despacho do juiz, que a pedido do MP solicita a devolução de R$ 128 mil aos cofres públicos.

Mesmo assim, adianta que deve entrar com um agravo de instrumento. Ele quer discutir o bloqueio de bens e de suas contas porque considera a medida dispensável. "O valor é muito pequeno para bloquearem meus bens", argumenta. No entanto, o prefeito refere-se apenas a divisão do valor total por todos os integrantes do rol de acusados, que são 12. Porém cada um deles responde solidariamente pela integralidade da dívida.

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Na questão jurídica, Jocelito não vê problema na ação. Ao contrário, diz que a argumentação da promotora Laís Letchacovski, serviu para mostrar que ele não roubou. "Ficou claro que foram cometidos erros administrativos e não roubo", sustenta.

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Segundo ele, a exploração das denúncias de corrupção e irregularidades em suas administração teve o objetivo claro de destruí-lo. "Tudo começou com um grupo da elite da cidade, que perdeu para um prefeito popular e se juntou com a Igreja para me derrubar. Quando eu conversei com o promotor Roberto Ouriques, que iniciou as investigações, entreguei a ele uma série de documentos que provam que os governos anteriores ao meu cometeram os mesmos erros e alguns até mais graves que os meus. Quero ver se a promotora vai investigar isso também".

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No alvo das críticas de Jocelito, além dos ex-prefeitos da cidade e da igreja está o governador Jaime Lerner (PFL). "Em Londrina e Maringá os caras roubaram, pegaram dinheiro da prefeitura e colocaram nas contas deles. Mas a televisão, a pedido do Lerner, segurava tudo. Agora aqui em Ponta Grossa, como eu tinha problemas com o governador, eles transformavam erros administrativos em escândalos", disparou e completou dizendo que nem mesmo os escândalos do Paraná, como o Banestado Lising, são explorados com tanta força como aconteceu com as falhas da sua administração.


A assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu informou que o governador Jaime Lerner desconhece quais são os problemas do prefeito Jocelito Canto, até porque não fala com ele há muito tempo.

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Patrimônio


Jocelito alega ainda que em seis anos de carreira política ganhou R$ 500 mil e hoje o seu patrimônio está avaliado entre R$ 80 a R$ 90 mil. "Tenho uma casa, que já tinha antes de ser político e uma parte de uma chácara, dividida com mais seis pessoas. Eu tinha dois carros mas vendi para pagar as despesas da campanha, agora estou usando um carro emprestado", argumenta. Sobre investimentos e aplicações financeiras diz que tem pouco. "Não trabalho muito com banco. Em ano de campanha eu movimento um pouco mais, mas historicamente eu estou "pendurado" nos bancos".

Com relação a continuidade de sua carreira política, Jocelito faz suspense. "Ainda é cedo para falar porque por enquanto não tem eleição". A partir do dia primeiro de janeiro, diz que vai viver do que conseguir ganhar trabalhando em rádio. "O tempo vai mostrar o que eu sou, vai mostrar como é a minha vida, que sou uma pessoa simples e não tenho aptidão para ser rico", concluiu.


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