Como já era esperado, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que está preso há quase um mês na carceragem da Polícia Federal (PF), foi o primeiro investigado a ser ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras durante a oitiva que está sendo realizada no prédio da Justiça Federal do Paraná. Abatido, o político foi acompanhado de seu advogado Roberto Podval, e manteve o silêncio durante todo.
"Seguindo orientação do meu advogado vou permanecer em silêncio", repetiu o investigado durante todo o período. Questionado se não iria responder nenhuma pergunta feita pelos parlamentares, o ex-ministro reforçou que iria ficar calado.
Além de Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI, que iniciou os questionamentos, os deputados Altineu Cortes (PR-RJ), Bruno Covas (PSDB-BA), Delegado Valdir (PSDB-GO) e Celso Pansera (PMDB-RJ) fizeram algumas perguntas, mas não quiseram estender a sessão devido à postura adotada pelo ex-ministro.
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A deputada Maria do Rosário (PT-RS) não fez nenhum questionamento, mas manifestou apoio ao político, ressaltando que "sua vida foi pela democracia". Ela ainda destacou que o governo Lula combateu a corrupção e criticou ataques inadequados que estão sendo feitos. "Quatro semanas de uma prisão sem ser ouvido demonstra um desapego a princípios fundamentais", afirmou.
A crítica feita pela deputada se referiu à demora para que Dirceu fosse ouvido pelos delegados da PF. O ex-ministro está preso desde o dia 3 de agosto e sua oitiva está marcada para hoje à tarde. O prazo para a polícia concluir o inquérito termina hoje.
Outros
O executivo da empresa Saipem, João Antônio Bernardi Filho; e o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo; também permaneceram em silêncio.
Os demais investigados arrolados pela CPI da Petrobras para prestarem depoimentos ficaram em silêncio na manhã desta segunda-feira (31) na sessão realizada na Justiça Federal do Paraná. O ex-diretor da Área Internacional da estatal, Jorge Luiz Zelada; e o executivo da Andrade Gutierrez, Elton Negrão de Azevedo; também se recusaram a responder os questionamentos dos parlamentares.
Durante a audiência o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da Comissão, citou que estava "triste" por nenhum dos convocados responder as perguntas que foram feitas. Um dos parlamentares chegou a sugerir que os depoimentos desta terça-feira fossem adiantados, mas devido às audiências já marcadas pela 13.a Vara Federal Criminal de Curitiba em processos que estão em tramite, dificilmente esta possibilidade será acatada.