O assaltante Alcides Machado Meirelles, principal suspeito do assassinato do deputado estadual Tiago Amorim Novaes, deve ser ouvido nesta quinta-feira pela Justiça de Cascavel. Meirelles foi preso em São José do Rio Preto (SP) na manhã de terça-feira, em uma operação conjunta com policiais civis da região e integrantes do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), que investigavam a participação de Meirelles em uma quadrilha especializada em roubo de carros importados. Durante a prisão, Meirelles negou qualquer envolvimento com o assassinato do deputado.
Segundo o comandante do serviço reservado do 5º BPM, Nelson Villa Júnior, a quadrilha de Meirelles agia na região de Londrina há dois anos e meio. ''Eles roubavam carros importados e levavam para São Paulo e vice-versa'', comentou Villa. Após ter notícias de que Meirelles estaria em Londrina para entregar uma Mercedes-Benz ML-320, policiais do 5º BPM deram uma busca na casa de familiares de Meirelles. O assaltante fugiu então para sua casa em São José do Rio Preto, onde foi preso.
Meirelles foi indicado como um dos principais suspeitos do assassinato de Amorim no relatório entregue pelo delegado que foi indicado para o caso no início do ano passado, Alexandre Macorin de Lima. O relatório foi contestado pelo promotor Marcelo Balzer Correia, que investigava o caso pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC), alegando que as explicações para os fatos eram incompletas. ''Eu cheguei a conversar com o promotor e indicar que realmente o relatório não seria concluído por motivos pessoais, mas o nome dos criminosos e a linha de investigação a ser seguida estava lá'', comentou Macorin.
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De acordo com o relatório de Macorin, a morte do deputado teria sido encomendada pelo policial civil João Adão Sampaio Schissler, que teria pago R$ 40 mil a outro assaltante para cometer o crime: Luiz Carlos Bernardo Pires, o Balaio, que foi morto em um confronto com a polícia no dia 29 de janeiro do ano passado.
Balaio teria terceirizado o serviço, contratando Meirelles para assassinar Amorim. ''Eles já haviam cometido crimes juntos, inclusive na região de Curitiba'', afirmou Macorin. Schissler se encontra preso, acusado ter sido o mandante de outro homicídio na região de Cascavel.
Para o delegado, alguns pontos do crime ainda precisam ser melhor esclarecidos. ''Um deles é a origem do dinheiro que Schissler teria pago ao Balaio e ao Meirelles, uma vez que as investigações apontavam que ele não teria essa quantia'', lembra Macorin.
Outra questão em aberto é o paradeiro da arma que efetuou os disparos contra o deputado. Segundo Macorin, o calibre da pistola Magnum 22 encontrada com Meirelles em São José do Rio Preto não bate com o calibre da arma que foi usada no crime, segundo laudo do Insitituto de Criminalística.