A Justiça Federal do Paraná acatou o pedido feito pela força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) e prorrogou por mais 120 dias a instrução criminal das ações decorrentes da operação Lava Jato, deflagrada em março pela Polícia Federal (PF), que apura um mega-esquema de corrupção e lavagem de dinheiro de cerca de R$ 10 bilhões. No pedido feito à 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba na última segunda-feira (14), os procuradores solicitaram o prolongamento em razão ''da extensão e complexidade da presente investigação, que apura inúmeros crimes financeiros milionários, inclusive com envolvimento de diversas empresas de fachada e offshores''. Os procuradores ainda afirmaram na solicitação que a investigação tornou-se complexa, ''atingindo ao menos quatro grandes núcleos de organização criminosa, tanto que foram expedidos 105 mandados de busca e apreensão, 27 mandados de condução coercitiva e 31 mandados de prisão na sua primeira fase''.
Ao conceder a prorrogação, o juiz ressaltou que existe grande quantidade de material probatório apreendido, tendo sido parcialmente examinado. Além disso, ele recordou do período em que as ações penais tiveram que ser remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF) devido à uma reclamação protocolada pela defesa de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e um dos réus do processo. Foram 20 dias de suspensão dos trabalhos, o que, conforme o juiz, causou prejuízo na instrução criminal.
Em seu despacho Moro destaca que, ''em decorrência de reclamação desnecessária perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e que foi interposta pela defesa de um dos acusados e secundada por outros, as ações penais foram remetidas ao STF, para serem depois devolvidas, prejudicando a tramitação dos feitos considerando o tempo que lá permaneceram e a necessidade de cancelamento e remarcação de audiências perante este Juízo''.