O Juízo da 4.ª Vara Criminal de Curitiba prorrogou nesta terça-feira (2), por mais três dias, a prisão temporária do ex-diretor geral da Assembleia Legislativa (AL) do Paraná Abib Miguel, de 74 anos, e de quatro outras pessoas acusadas de lavar R$ 216,8 milhões (em valores atualizados) desviados da AL entre 2000 e 2010. Bibinho foi detido na última sexta-feira no aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, junto de Edivan Bataglin, administrador de uma de suas propriedades em Goiás e que, no momento do flagrante, lhe entregava R$ 70 mil.
Também seguem presos dois filhos do ex-diretor, Luciana de Lara Abib e Eduardo Miguel Abib, além do irmão de Edivan, Sandro Bataglin. O pedido de prorrogação foi feito pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), responsável pelas investigações da chamda operação "Argonauta". O Gaeco também cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e três conduções coercitivas no Paraná, no Distrito Federal, em Goiás, no Amapá e no Rio Grande, com o apoio das unidades locais.
Segundo o coordenador estadual do órgão, Leonir Batisti, o objetivo é identificar e apreender fazendas, maquinários e empresas utilizadas por Bibinho, mas colocadas em nomes de terceiros, para "lavar" os recursos obtidos por meio do esquema dos "Diários Secretos". O caso, que já foi segmentado em oito subprocessos, envolveu 97 funcionários fantasmas ou laranjas, que recebiam da Casa sem trabalhar. "justamente analisando os documentos e verificando os próximos passos, que eu não posso adiantar", disse Batisti. Ele também contou que, até sexta-feira, quando se encerra o novo prazo da prisão preventiva, deve colher depoimentos dos acusados.
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Bibinho foi condenado duas vezes neste ano, em janeiro e abril, ambas por peculato (apropriação indébita de verbas públicas), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. No entanto, seguia solto, por ser réu primário e porque as condenações não transitaram em julgado. Somadas, as penas ultrapassam 37 anos em regime fechado. Procurado pela FOLHA, o advogado do ex-diretor da AL, Eurolino Reis, afirmou que não iria se pronunciar, pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça.