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Corrupção na Petrobras

Lava Jato rastreia US$ 7 milhões de propina atribuída a Odebrecht

Agência Estado
24 jun 2015 às 14:50

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A Polícia Federal tem pelo menos US$ 7 milhões da suposta propina paga pela Construtora Norberto Odebrecht, no esquema de cartel e desvios na Petrobras, identificados em laudo pericial. São 24 registros de transações bancárias, entre 3 de abril de 2009 e 18 de maio 2012, descobertos a partir das confissões e documentos obtidos pela Operação Lava Jato.

Apesar de ser uma fração dos R$ 500 milhões que a empreiteira pode ter pago no esquema de cartel e corrupção da Petrobras, investigadores da Lava Jato acreditam que elas servem de base para trilhar o caminho do dinheiro que circulou em contas secretas no exterior supostamente por ordem da empreiteira. O operador dessa lavanderia seria o doleiro Bernardo Freiburghaus - que mora na Suíça e é considerado foragido.

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O levantamento consta de tabela elaborada pela Polícia Federal, no Laudo 0777/2015, anexado ao pedido de prisão feito do presidente da empreiteira, Marcelo Bahia Odebrecht, e de outros executivos e pessoas ligadas ao grupo. A construtora e a Andrade Gutierrez são os alvo da Operação Erga Omne - 14ª fase da Lava Jato - deflagrada na sexta-feira, 19.

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A tabela trata de pagamentos que teriam como beneficiários os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços), o ex-gerente Pedro Barusco (Engenharia) e o doleiro Alberto Youssef.

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Seu objetivo, nesse item do documento, foi tentar identificar entre outras coisas "depósitos de valores em contas mantidas no exterior" relacionados à Odebrecht.


"Em alguns casos, não foi possível identificar dados pertinentes, tais como Instituição Financeira do remetente, nome do remetente e conta bancária", informa o laudo solicitado pelos delegados Igor Romário de Paula e Eduardo Mauat da Silva.

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O levantamento, a partir das delações dos colaboradores, cruzou documentos de registros dos valores, com dados obtidos. No laudo, são analisados ainda 10 materiais apreendidos nas buscas feitas em novembro de 2014, quando foi deflagrada a sétima fase da Lava Jato - batizada de Juízo Final -, em endereços relacionados aos executivos da Odebrecht Márcio Faria e Rogério Araújo. Os dois são apontados pelos delatores como ordenadores dos pagamentos da empreiteira. Foram cruzados dados ainda de documentos da Petrobras e do Tribunal de Contas da União.


O laudo contábil, financeiro e de engenharia da PF, do dia 27 de abril, é subscrito pelos peritos criminais federais João José de Castro Baptista Vallim e Adilson Carvalho Silva.

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Caminho


A maior parte dos valores está com origem identificada: a offshore Constructora Internacional Del Sur, aberta no Panamá, em 2006. Ela é apontada pelos beneficiários da propina como canal de pagamento da Odebrecht no esquema de corrupção da Petrobras.

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Personagem central para descobrir detalhes sobre o uso da Constructora Del Sur pela Odebrecht é o doleiro Bernardo Freiburghaus, apontado por delatores como operador de propinas da empreiteira.


"A constatação de que a Constructora Internacional Del Sur efetuou depósitos nas contas off-shore de, pelo menos, três dirigentes da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Renato Duque, permite concluir por sua ligação com o esquema criminoso de cartel e propinas que afetou a Petrobras", sustenta o juiz federal Sérgio Moro, em decisão que decretou as prisões dos executivos.

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Primeiro delator da Lava Jato, Costa apontou as contas em nome das offshores Sygnus Assets S.A., no banco PKB PrivateBank S.A, Quinus Services S.A., no HSBC, Sagor Holding S.A., no Julius Baer e conta nº 016780-40, no Deutsche Bank como "controladas por Bernando Freiburghaus, mas pertencentes" a ele.


Segundo Costa, os US$ 23 milhões que ele tinha em conta secreta na Suíça - e que devolveu após acordo de delação - foram propina da Odebrecht, operada por Freiburghaus.

O doleiro Alberto Youssef, também delator da Lava Jato, afirmou à Justiça Federal operacionalizou pagamentos de propinas para a Odebrecht, tendo mantido contato com os executivos Márcio Faria e Cesar Rocha. Nesse caso, o caminho percorrido pelos investigadores da Lava Jato segue outro destino: Hong Kong. São contas de titularidade das offshores RFY e DGX, nos bancos Standart Chartered e HSBC, em Hong Kong, controladas pelo doleiro Leonardo Meirelles.


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