O governador Jaime Lerner (PFL) amenizou a resistência da bancada de oposição na Assembléia Legislativa à venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Referindo-se ao fórum contra a privatização da estatal, realizado na quarta-feira na Assembléia, o governador disse que não vê revolta entre os deputados.
"Tenho certeza de que serão suficientemente esclarecidos para não se opor à venda", comentou Lerner, que participou de um evento na sede da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), em Curitiba.
A bancada de oposição - composta por 14 deputados - quer revogar a lei 12.355, que autoriza o governo do Estado a privatizar a companhia. Os deputados não se colocam contra a abertura de capital da empresa, mas não querem permitir que o controle acionário saia das mãos do Estado.
Leia mais:
Sede da Câmara de Londrina será entregue dia 10 e vai receber posse, diz presidente
Deputados paranaenses confirmam emendas para o Teatro Municipal de Londrina
Bolsonaro é plano A, posso ser o plano B, diz Eduardo sobre eleição de 2026
Comissão de Constituição e Justiça aprova projeto que transforma Detran em autarquia
A empreitada já conta com o apoio de deputados da base governista, como Algaci Túlio (PTB) e Marcos Isfer (PFL), que pretendem votar contra a privatização. O líder do governo, Durval Amaral (PFL) não acredita que a bancada aliada vá votar contra a venda. Ele já avisou que vai fazer tudo o que estiver a seu alcance para frustrar os planos da oposição.
Para o governador, a desestatização do mercado elétrico nacional vai trazer tarifas menores para o consumidor, graças à competição entre as empresas privadas. Durante discurso, o governador disse que a desestatização da Copel vai encerrar um "período em que o povo do Paraná deu muito de seu trabalho, com impostos, para garantir a geração, em nossos rios, da energia de que o País necessitava".
O secretário da Fazenda e presidente da Copel, Ingo Hubert, defende que as empresas privadas serão mais competitivas por terem acesso mais fácil a financiamentos. Na quarta-feira, o fórum oficializou a exigência de que Ingo Hubert deixe o cargo.
O Palácio Iguaçu pretende vender a Copel ainda este ano. A oposição já arregaçou as mangas e está visitando o interior. "O apoio da população será fundamental neste processo. Estamos trabalhando para conscientizar as pessoas de que o Paraná vai sair perdendo com essa venda", declarou o líder da oposição, Orlando Pessuti (PMDB).
Está marcada para esta sexta-feira, a partir das 9 horas, reunião do Fórum de Entidades contra a Privatização da Copel, no Plenarinho da Assembléia. O deputado José Maria Ferreira (PSDB) - único tucano da oposição - vai coordenar o encontro, que contará com a presença de representantes do Sindicato dos Advogados e Sindicato dos Engenheiros do Paraná.
O tema principal é debater - e viabilizar o mais rápido possível - brechas jurídicas que permitam impedir a privatização. "Vamos usar todas as armas de que dispomos", avisou o tucano.
Leia mais sobre o assunto na edição desta sexta-feira da Folha do Paraná/Folha de Londrina