Salvo imprevisto de última hora, o governador Jaime Lerner (PFL) anuncia hoje à tarde as trocas em seu secretariado. Ingo Hubert deve ser confirmado como o novo secretário da Fazenda, no lugar de Giovani Gionédis. O deputado federal Rafael Greca fica com a Comunicação Social, cadeira ocupada no último ano por David Campos. A presidenta da Fundação Teatro Guaíra, Mônica Rishbieter, tem tudo para assumir a cadeira de Lúcia Camargo, na Cultura. O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), José Andreguetto, é o favorito para a Secretaria do Meio Ambiente, vaga hoje ocupada por Hitoshi Nakamura. Alceni Guerra continua como o secretário-chefe da Casa Civil.
Lerner não deve anunciar hoje os substitutos de Heinz Herwig (atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná), nos Transportes; e de Alcyone Saliba, na Educação. O governador estava até o fechamento desta edição, por volta das 22 horas, com dificuldades para concluir as costuras. A tese de que um deputado estadual assumirá os Transportes continuava valendo, porém, a indicação de Cezar Silvestri (PTB) não era tida como a única opção. O deslocamento do presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (PTB), para a pasta que vai administrar agora em dezembro o reajuste do pedágio, não está descartado e pode tomar força nos próximos dias.
O preenchimento da Secretaria da Educação dependia de uma resposta. Lerner convidou um aliado para o posto, mas manteve mistério. Nem os subalternos mais próximos ao governador tinham certeza de quem Lerner pretende nomear. A indicação de Ramiro Wahrhaftig, atualmente secretário de Ciência e Tecnologia, não estava eliminada numa eventual fusão de sua pasta com a da Educação. Nem a do secretário do Planejamento, Miguel Salomão, caso o governador resolva voltar atrás até o meio-dia e anunciar uma medida mais ousada como a união do Planejamento com a Administração, hoje sem titular. Se a indefinição em torno da Educação não for dissipada hoje, a saída de Alcyone Saliba pode se precipitar. Até ontem a secretária não havia sido informada de absolutamente nada.
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Para substituir Ingo Hubert na presidência da Copel, o governador tinha ontem duas opções: designar técnico do alto escalão da empresa ou nomear um político de fora. Para a primeira hipótese, o nome corrente ontem era o do diretor de relações institucionais da Copel, o ex-deputado federal Deni Schwartz. Ele teria o jogo de cintura necessário para dar continuidade ao processo de privatização da Copel. A indicação do ex-presidente do Banestado Reinhold Stephanes, que saiu frustrado na sua tentativa de emplacar a Fazenda, também dava sinais que crescia no decorrer do dia.
O secretário do Governo, José Cid Campêlo Filho, fica aonde está. Assim como a primeira-dama, Fani Lerner, na Criança e Assuntos da Família; José Tavares, na Segurança; Augusto Canto Neto, na de Obras; Lubomir Ficinski, Desenvolvimento Urbano; Rafael Dely, no Desenvolvimento Habitacional; Antonio Polloni, na Agricultura; José Carlos Gomes Carvalho, no Trabalho; Armando Raggio, na Saúde; e Joel Coimbra, na Procuradoria Geral do Estado. Todos estão com os empregos garantidos.
O futuro de Pretextato Taborda Ribas, o atual secretário de Justiça, ainda estava ontem cercado de mistério. O fiel-escudeiro do governador confidenciou a amigos que não pretende mais retornar a função. Somente Lerner poderá acabar com as especulações hoje.
Poderes
Se for confirmada sua indicação para a Secretaria da Fazenda, Ingo Hubert não terá os mesmos poderes que o ex-secretário Giovani Gionédis. Apesar disso, a importância estratégica da pasta não vai dimunuir na segunda gestão de Jaime Lerner. Ingo, que chega hoje de uma viagem à Alemanha, teria resistido à idéia de deixar a presidência da Copel pelas dificuldades que vai encarar para fechar a folha de pagamento do décimo terceiro salário do funcionalismo público estadual.
No entanto, a possibilidade de prosseguir no comando do processo de privatização da estatal de energia elétrica pode ter sido decisiva para que Ingo aceitasse de uma vez a nova função. Formado em engenharia elétrica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR, com pós-graduação na Universidade de Stuttgart, da Alemanha, e em administração de empresas na Fontainebleau, da França), Ingo tem uma extensa lista de serviços prestados à administração pública.
Na metade da década de 70 foi vice-presidente da Telepar, por três anos. De 1979 a 1983 presidiu a Sanepar. Voltou à Telepar no ano seguinte para ser o diretor de recursos humanos da empresa telefônica. A partir de 1985, até 1995, trabalhou na iniciativa privada; quando dirigiu o Grupo Tupi (em Santa Catarina), a indústria de cerâmica Incepa, e a ABS (uma indústria de bombas centrífugas).
Ele foi eleito presidente da Copel para completar o mandato do triênio 1994/97, em janeiro de 1995. Em março de 1997 foi reeleito para o cargo, que vai ocupar até o governador definir a sua data de posse como secretário da Fazenda.