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Líderes do DEM rejeitam ideia de fusão com PMDB

Agência Estado
14 nov 2010 às 16:51

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A proposta de incorporação do Democratas ao PMDB, atribuída ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), está morta e enterrada, mas serviu para reorganizar a tropa no partido. É o que dizem o presidente do DEM, Rodrigo Maia, e o pai dele, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, que apostam na unificação do partido com o plano de fortalecer o DNA conservador e deixar o papel de linha auxiliar do PSDB para construir candidatura própria à Presidência em 2014. "Essa hipotética proposta não existe mais. Até Kassab é contra", afirmou Cesar Maia, em conversa com o Estado por e-mail, sobre a possibilidade de união com o PMDB. "Hoje, ninguém no DEM defende fusão com o PMDB. Nem no PMDB, segundo se diz." Maia também afasta qualquer chance de fusão com PSDB ou PPS.

O presidente de DEM e deputado reeleito Rodrigo Maia (RJ) disse ter conversado com Kassab, que compreendeu a inviabilidade da união com o PMDB. "Ele sabe que essa posição, nesse momento, não tem apoio no partido. Compreendeu que esse é o momento de refazer a unidade e pensar no futuro", disse hoje o deputado. O flerte de Kassab com o PMDB levou Rodrigo a acertar os ponteiros com várias lideranças do partido.

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As conversas alinharam à proposta de fortalecimento ideológico, descolamento do PSDB e candidatura própria em 2014, líderes como o senador José Agripino (RN), reeleito em meio às baixas da oposição no Senado, e os deputados Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), Onyx Lorenzoni (RS) e Roberto Brant (MG). O ex-prefeito Cesar Maia define a estratégia do DEM: "Reforçar sua coluna vertebral conservadora. Isso será feito."

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Conservadorismo - O ex-prefeito cita o apoio do senador reeleito Demóstenes Torres (DEM-GO), que também declarou no fim de semana que o partido precisa assumir que é conservador e "deixar de ser satélite de outros partidos". Para Rodrigo e Cesar Maia, a candidatura própria é o caminho para unir um partido calejado pelas batalhas perdidas a reboque de um PSDB tomado por lutas internas. Acreditam que, na oposição ao governo Dilma, é hora de se preparar para o que consideram inevitável: o declínio do ciclo de poder do PT. Também querem reposicionar a relação com o PSDB. A avaliação é de que a antecipação de uma aliança incondicional com os tucanos na eleição presidencial de 2010 penalizou o partido em contextos regionais. Em 2014, a composição se daria de outra forma e bem mais tarde, até mesmo num segundo turno.


"Essa discussão sobre fusão mostrou que há uma certeza majoritária no partido. Temos de nos organizar como partido de ideias claras, em favor da propriedade, da economia de mercado, da redução da carga tributária. Tem a proposta de recriação da CPMF aí, uma bola que o governo levantou de graça para nós", define Rodrigo, comemorando a eleição de dois governadores e 43 deputados na Câmara, apenas dez a menos do que o PSDB.

"O partido que saiu das urnas sobreviveu a todas as análises, críticos e ameaças. A oposição saiu fortalecida", analisa Rodrigo. "Acredito que o ciclo da Dilma não terá a mesma força popular dos oito anos do governo Lula. O da Dilma não será o primeiro, mas o nono ano do mesmo governo. Precisamos reorganizar as forças para 2014."


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