O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em artigo publicado ontem no site do jornal britânico The Guardian, que a candidatura do ex-ministro José Graziano da Silva à diretoria geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) reafirma o "compromisso do Brasil para com a agenda universal de combate à pobreza e à fome".
Lula afirmou que o Brasil, em seu governo, se comprometeu a colocar o problema da fome como uma das prioridades da comunidade internacional. "Foi precisamente por esta razão, como presidente do Brasil, que apresentei no ano passado Graziano da Silva como candidato para direção-geral da FAO", disse o ex-presidente.
Ele discorreu sobre programas contra pobreza desenvolvidos em seus dois mandatos. Lembrou do Fome Zero, criado durante a gestão de Graziano à frente do Ministério da Segurança Alimentar e do Combate à Fome, que foi citado por Lula como "ponto de partida" para outras políticas adotadas nos anos seguintes, como o Bolsa Família e ações de incentivo à agricultura familiar. "A experiência brasileira mostra que superar a fome exige ações coordenadas, vontade política e participação de toda a sociedade."
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O ex-presidente afirmou que a previsão é de que em 2050 a população mundial chegará à marca de 9 bilhões de pessoas, o que demandará um "aumento robusto" na oferta de alimentos. Mencionou ainda o cenário, previsto pela FAO, de volatilidade e aumento dos preços das commodities agrícolas em 2012. "Os desafios globais a respeito da oferta de comida são particularmente complexos, e a FAO pode - e deve - desempenhar um papel central para combater a fome, estimular a produção sustentável de alimentos e aumentar a segurança alimentar global", afirmou.