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Em sua terra natal

Lula se exalta como o presidente 'que mais trabalhou'

Agência Estado
28 dez 2010 às 20:33

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- Ricardo Stuckert / Presidência
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A voz embargou e as lágrimas encheram os olhos em dois momentos do discurso de despedida. Em sua terra natal, a quatro dias do fim do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se poupou de autoelogios e inflamou uma plateia formada por empresários, políticos locais e, principalmente, operários, nas obras do complexo industrial e portuário de Suape, no litoral sul de Pernambuco. O presidente também afirmou que o Brasil será a quinta maior economia do mundo em 2016.

"Saio da Presidência e o legado mais importante que eu quero deixar é que vocês podem chegar lá. Eu cheguei e vocês podem", disse, dirigindo-se aos operários. "É só vocês teimarem e lutarem que vocês podem mudar a história desse País definitivamente", afirmou.

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A solenidade marcava apenas o lançamento da pedra fundamental da nova fábrica de automóveis da Fiat, que entrará em operação daqui a três anos. O presidente informou que participará amanhã de evento semelhante, o lançamento da pedra fundamental de uma nova refinaria no Ceará, classificando-os como "pirraça".

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"Não poderia deixar de vir a Pernambuco faltando poucos dias para o fim do meu mandato. Daqui eu vou para o Ceará. Lá também vou fazer pirraça. Vou lançar pedra fundamental de uma refinaria que vai produzir 300 mil barris/dia", anunciou o presidente, sorrindo e arrancando risos, mais uma vez, da plateia.

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O choro teve que ser contido primeiro quando lembrou o passado de retirante e citou as dificuldades das crianças nordestinas. "Somos induzidos pelos livros, pelos meios de comunicação, pela atividade cultural, de que nós somos os da senzala. Nós queríamos provar que os da senzala podem tanto quanto os da casa grande. Essa necessidade de provar que me fez trabalhar mais do que de hábito se trabalhava nesse País", disse.



O presidente voltou a se emocionar no fim do discurso, ao agradecer o povo pernambucano por ter reeleito em primeiro turno o governador Eduardo Campos (PSB), um dos seus principais aliados na região.

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Em 27 minutos de discurso, Lula se autonomeou como o presidente "que mais trabalhou na história do País", ostentou alguns bons resultados da economia e disse ter sido o político "que mais lutou pela liberdade de imprensa".



Lula declarou que o Brasil será a quinta maior economia do mundo em 2016 e chegou a fazer graça ao afirmar que foi no governo do "torneiro mecânico socialista e sem diploma de nível superior" que ocorreu a maior operação capitalização da história do capitalismo mundial. "Levamos a Petrobras de uma merreca de 15 bilhões de dólares de valor de patrimônio para 215 bilhões", disse Lula, arrancando aplausos da plateia.

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Dilma Rousseff



O presidente também fez questão ainda de afirmar de que sua sucessora, a presidente eleita Dilma Rousseff, vai manter o rumo de seu governo. "Ela não vai só dar prosseguimento ao que ela própria já ajudou a criar. Ela vai fazer mais. O carro já está andando a 120 quilômetros por hora. Ela pode aumentar para 130 km/h. Ela pode reduzir para 119 km/h se estiver numa curva. A única coisa que não pode é deixar o nosso carro sair da pista", alertou.


Lula ainda participaria de uma festa organizada pelo governo estadual em sua homenagem no Recife, no início da noite. A solenidade marcaria o início das obras do Cais do Sertão Memorial Luiz Gonzaga e a cessão de uso gratuito de um terreno para a Associação Orquestra Criança Cidadã Meninos do Coque.


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