O ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho revelou ao Ministério Público que o pagamentos de propinas por empresas em troca de favorecimentos em processos licitatórias existe desde 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso.
Um dos principais pagadores seria Arthur Wascheck Neto e as empresas Polycart, Incomir, ELC/Starlok e Multiforma. Somente entre setembro de 2004 e abril de 2005, ele disse ter recebido R$ 20 mil. Os repasses seriam extensivos a seus superiores, ainda de acordo com Marinho.
O empresário Wascheck, proprietário da Comercial Alvorada de Manufaturados (Conam), foi o mentor da gravação de uma fita que mostra Marinho embolsando R$3 mil do representante de uma empresa. Ele disse ainda que o esquema era comandado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O empresário argumentou que a decisão de fazer a gravação tinha motivações comerciais, já que estava tendo dificuldades em aprovar as licitações.
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O funcionário dos Correios afirmou, na série de dez depoimentos prestados ao Ministério Público entre 29 de junho e 19 de julho, que parte dos recursos que recebia, especialmente de Wascheck, referiam-se a "agrados". Outra parte referia-se a um percentual do faturamento médio trimestral das empresas que prestavam serviço aos Correios.
De acordo com Marinho, os pagamentos feitos por essas empresas ocorriam sem a presença de testemunhas e que os empresários pediam a ele, em troca, "empenho na promoção da venda de seus produtos".
Fonte: Folha Online e Folha de Londrina