O ex-prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), e mais seis pessoas foram acionadas pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público nesta semana acusados de improbidade administrativa. O pedetista e os demais, entre eles ex-membros da Sercomtel e um ex-vereador, são acusados de manter um esquema de oferta de vantagem indevida a vereadores de oposição à administração de Barbosa. A articulação teria sido executada no município entre os anos de 2011 e 2012, quando Barbosa ainda era prefeito de Londrina.
O caso veio à tona em abril de 2012, quando o empresário Ludovico Bonato e o então secretário municipal Marco Cito foram presos em flagrante pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) acusados de oferecer R$ 40 mil em dinheiro ao então vereador Amauri Cardoso (PSDB), para que ele votasse, no Legislativo, contra a abertura da chamada Comissão Processante (CP) da Centronic, que cassaria o mandato de Barbosa dois meses depois, em junho.
A promotoria também descobriu a participação de outros agentes públicos no esquema, entre eles o ex-diretor da Sercomtel Alisson Tobias de Carvalho, e o ex-chefe de gabinete de Barbosa, Rogério Lopes Ortega.
Leia mais:
Barroso diz que país esteve perto do inimaginável, sobre plano de golpe e morte de Lula, Alckmin e Moraes
General elaborou e imprimiu no Planalto plano para matar Moraes e Lula, diz PF
Plano para matar Lula, Alckmin e Moraes foi discutido na casa de Braga Netto, diz PF
Câmara de Mandaguari é Selo Diamante de Transparência Pública
"Os requeridos estabeleceram entre si divisão de tarefas, conforme as características das ocupações de cada um, para que, de maneira sistematizada, cooptassem, por meio de ofertas de vantagens indevidas, o auxílio de vereadores, cumprindo o desiderato ajustado entre todos eles de garantir votações favoráveis no âmbito da Câmara Municipal de Londrina, assegurando, assim, a permanência de alguns requeridos em cargos comissionados na administração pública municipal", explicam os promotores de Justiça Leila Schimiti e Renato de Lima Castro, autores da ação.
O Ministério Público (MP) cita o caso de Amauri Cardoso na ação e também o episódio envolvendo o ex-vereador Eloir Valença, que teria aceitado as vantagens oferecidas (o que incluía apoio a futuras campanhas eleitorais) e que, por esse motivo, também é requerido na ação.
A promotoria pede para que o ex-prefeito, o ex-vereador e os demais envolvidos no esquema sejam condenados com base nas sanções do artigo 12, incisos I e III da Lei 8.429/92, que incluem perda da função pública; a suspensão dos direitos políticos; pagamento de multa civil, e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Solicita, ainda, que todos sejam condenados a indenizar os danos morais produzidos.
A assessoria de imprensa do MP recusou-se a oferecer a íntegra da ação civil pública à reportagem do Bonde. O processo, segundo a assessoria, corre sob segredo de Justiça.
Os mesmos citados na ação do Ministério Público já respondem a um processo na 3ª Vara Criminal de Londrina por corrupção e formação de quadrilha.
A reportagem tentou contato com o ex-prefeito Barbosa Neto por telefone, mas não obteve retorno.