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Provável presidenciável

Na TV, Campos adota tom crítico ao governo federal

Agência Estado
25 abr 2013 às 22:04

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Na mesma linha do slogan "é possível fazer mais", o governador de Pernambuco e provável candidato do PSB à sucessão presidencial de 2014, Eduardo Campos, apresentou-se na noite desta quinta-feira, 25, ao eleitorado brasileiro no programa gratuito do horário partidário. Adotando um discurso crítico ao governo federal, Campos disse que é preciso avançar ou "corremos o risco de regredir nas conquistas do nosso povo". "O Brasil precisa dar um passo adiante. E nós do PSB vamos dar este passo junto com o Brasil", enfatizou o presidenciável.

Aparecendo sempre em primeiro plano, algumas vezes com foco destacado nos olhos azuis, o líder pessebista salientou no início do programa as conquistas dos últimos anos, como a estabilidade econômica e a retirada de 20 milhões de brasileiros da miséria absoluta. Segundo ele, isso foi possível graças a um "amplo pacto social e político" no País. "Uma união de forças que exigiu toda vez que precisou passar para um novo patamar histórico. E é isso que precisa acontecer agora. Um pacto em torno de ideias e compromissos com o novo Brasil", sugeriu. A produção foi da agência Link Comunicação, do publicitário Edson Barbosa, que produz as peças do PSB há 10 anos.

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Campos - apresentado no programa, junto ao prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, como o governador e o prefeito mais bem avaliados do Brasil, respectivamente - afirmou ainda que é preciso "ter a humildade de admitir e a coragem de enfrentar os problemas que estão aí batendo à nossa porta". Entre as contradições e os problemas listados pelo pessebista estão os milhares de miseráveis de regiões como Vale do Jequitinhonha (MG), no semiárido nordestino, Vale do Ribeira (SP) e Distrito Federal, que, segundo ele, ainda vivem num País "que ainda não chegou no século 21".

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O governador observou que o Brasil tem o pré-sal, mas ainda gasta US$ 3 bilhões por ano para importar gasolina; que o País é considerado um dos maiores produtores de alimentos do mundo, mas que falta infraestrutura para estocar e transportar a produção; que a matriz energética brasileira é a mais limpa do mundo, porém gasta R$ 400 milhões por mês para "manter termelétricas poluidoras"; e que, apesar de se abrir as portas das universidades aos brasileiros que nunca tiveram essa oportunidade, ainda faltam creches e o Ensino Fundamental precisa melhorar. "Temos um País que nos estimula. E dentro dele um País que nos pede para fazer mais."

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No início do programa, o partido lembrou o dia 25 de abril de 1984 e o movimento pelas eleições diretas, mostrando imagens de personagens históricos, como Tancredo Neves, Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e o avô de Eduardo Campos, Miguel Arraes. Campos disse que o Brasil "mudou muito" ao longo de 30 anos com a eleição de um intelectual, de um operário "filho do povo" e da primeira mulher presidente da República.


Na sequência, o pessebista mostrou um pouco do que deve ser o seu discurso de campanha caso sua candidatura se confirme. "Avançamos, mas deixamos de fazer mudanças fundamentais. Temos um Estado antigo que ainda traz as marcas do atraso e do elitismo. Um Estado que pouco tem avançado como provedor de serviços de qualidade e como agente de desenvolvimento."

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Pacto federativo


Outra bandeira defendida pelo presidenciável é o novo Pacto Federativo. "Temos relações extremamente desiguais na divisão dos recursos e responsabilidades entre a União, os Estados e os municípios", disparou o governador. De acordo com ele, enquanto o governo federal concentra recursos, faltam para Estados e municípios, uma vez que houve queda de 76% para 36% dos recursos repassados da União para os entes da federação. Mesmo com pouca verba, Campos afirmou que Estados e prefeituras ainda fazem mais pela Saúde e a Educação que o governo federal. "Por mais que se faça, o dinheiro ainda é pouco. E quem paga mesmo a fatura é a população que fica desassistida."


Em sua avaliação, mudanças fundamentais, como a reforma fiscal, a revisão do pacto federativo e a reforma política continuam sendo adiadas e, para seguir adiante, é preciso implementá-las."Para avançar, não temos outra escolha. É preciso contrariar os interesses da velha política, que estão instalados na máquina pública. Cargo público tem que ser ocupado por quem tem capacidade, mérito, sobretudo espírito de liderança", disse o pessebista, condenando as nomeações de apadrinhados políticos em cargos públicos. "São discussões que precisamos fazer no nosso País sem transformar tudo num debate eleitoral. Esta não é a hora de montar palanques. Esta é a hora de montar canteiro de obras, de recuperar a confiança e a força da nossa economia", pregou.

Durante os 10 minutos de programa, apenas os líderes do partido no Senado e na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF) e Beto Albuquerque (RS), tiveram uma breve participação, falando da PEC das Domésticas e dos feitos do PSB na área de educação no Ceará, Pernambuco e Belo Horizonte. "Em tudo, você pode ter certeza, o Brasil pode fazer muito mais", frisou Albuquerque.


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