Para a oposição, a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pela Operação Lava Jato nesta quarta-feira (15) reforça a discussão sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Vaccari é acusado de captar dinheiro de origem ilícita da Petrobras para campanha da presidente em 2010 e para o caixa do PT. Em depoimento de delação premiada, o ex-gerente da petroleira Pedro Barusco disse que repassou US$ 300 mil para o tesoureiro atendendo ao pedido do petista para reforçar o caixa da campanha de Dilma.
Conforme antecipou o Estado.com, a cunhada de Vaccari também foi alvo de mandado de prisão temporária e a mulher dele de condução coercitiva na 12ª fase da Lava Jato deflagrada hoje. "É preciso dizer que o teatro armado na CPI da Petrobras pelo PT e seu principal ator do petrolão João Vaccari não deu certo. Mentiu, tergiversou, desviou a atenção, procurou fazer uma peça teatral imaginando que a justiça não iria mandar prendê-lo como fez agora. Receber doação de empresa é uma coisa. Agora, operar esquema de corrupção e superfaturamento de obras dentro da Petrobras é outra. As condições estão sendo criadas para o impeachment. O povo na rua, a PF, o Ministério Público e o Judiciário agindo. Cada vez o cerco apertando mais. Será inevitável no final o processo de impeachment", afirmou o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).
Para o vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), a prisão de Vaccari é mais um constrangimento para o governo da presidente Dilma. "É uma situação extremamente constrangedora para o partido do governo ter dois tesoureiros presos no mandato da presidente Dilma." Delúbio Soares foi preso na primeira gestão da petista condenado por envolvimento no esquema do mensalão.
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Em depoimento na CPI da Petrobras, na semana passada, Vaccari repetiu que "as afirmações feitas nas delações premiadas sobre minha pessoa não são verdadeiras." E disse ser "inocente." Segundo ele, vários partidos receberam doações de campanha das empresas investigadas na Lava Jato, não apenas o PT. "Todas as doações são feitas por meio de transações bancárias, estão dentro da legislação vigente e são declaradas à Justiça Eleitoral", declarou o tesoureiro aos integrantes da CPI.