O vereador Joel Garcia (PP) pediu explicações sobre a construção de um crematório na rodovia Carlos João Strass, no Distrito de Warta, zona norte de Londrina.
O parlamentar convocou o secretário de Obras, Bruno Morikawa, para apresentar dados sobre a autorização da obra durante a sessão da Câmara de Vereadores da tarde desta terça-feira (15).
Morikawa disse que o processo que será utilizado no crematório é "ecologicamente correto" e não gera odores e fumaça. Além disso, ele garantiu que recebeu parecer favorável do IAP e do DER.
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O vereador do PP afirma que o impacto da instalação no local pode prejudicar a geração de empregos e o fornecimentos de alimentos para a zona gastronômica da Warta. "Se não vai acabar, vai comprometer", disse.
O parlamentar argumenta que a lei que transformou a região em centro gastronômico foi feita há 12 anos e em um dos artigos diz que naquela região não pode ser construído nenhum tipo de atividade poluidora. "Eu não entendo porque colocar um crematório fora do cemitério e dentro de um centro gastronômico", afirmou Garcia em entrevista à rádio Paiquerê AM.
"Por mais que se diga que não vai haver resquício no ambiente (da queima de cadáveres) não foi este o entendimento da desembargadora do Tribunal da Justiça que embargou a obra", finaliza Garcia. A obra foi embargada pelo TJ no início de janeiro deste ano.
Discussão no plenário
O proprietáiro da empresa José Antonio de Andrade Alcântara informou que possui todos as licenças para a instalação do empreendimento, inclusive a a realização do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).
Alcântara afirmou que a "lei foi encomendada" por empresários que têm interesse no local, o que gerou a revolta do vereador Joel Garcia, que pediu que o proprietário retirasse a acusação.
A edificação do crematório já foi contestada em uma ação proposta pelo empresário José Misael Avelam Odebrech. O empresário recolheu assinaturas dos moradores e alegou que a obra poderia atrapalhar o trabalho realizado na rota gastronômica da região.
Os moradores também fizeram uso da palavra no plenário e afirmaram que não são contra o crematório em Londrina, mas questionaram a escolha do local. De acordo com os habitantes locais, um dos restaurantes emprega cerca de 80 funcionários e investiu aproximadamente R$ 2 milhões no local.