Na tentativa de forçar um segundo turno eleitoral, o PSDB elevou o tom das acusações contra a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, vinculando-a diretamente às novas denúncias publicadas na revista Veja de pagamento de propina na Casa Civil. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi escalado pela cúpula tucana para cobrar explicações de Dilma.
"Alguém pode se dispor a ser presidente da República e não enxergar um propinoduto instalado a um palmo de seu nariz, um balcão de negócios?", indagou ontem o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "Enquanto os brasileiros morriam de gripe, inclusive mulheres grávidas, o governo roubava o dinheiro da saúde", afirmou.
Segundo a revista Veja, funcionários da Casa Civil teriam recebido pacotes de dinheiro, contendo R$ 200 mil, supostamente pela intermediação de um contrato de R$ 34,7 milhões para a compra emergencial do medicamento Tamiflu, usado no tratamento da gripe H1N1. No total, o Ministério da Saúde gastou R$ 400 milhões, em sete compras do medicamento.
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Dias anunciou a apresentação, nesta segunda-feira, à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado de representação para ouvir Dilma sobre a existência de um suposto "balcão de negócios" na Casa Civil e de contratos feitos sem licitação envolvendo parentes da ex-ministra Erenice Guerra. "Ela (Dilma) deve explicações, não pode se esconder. Se ela ainda fosse ministra, estava demitida. Esses fatos ocorreram quando ela ainda era ministra", disse o tucano. Ele reconheceu, no entanto, que dificilmente conseguirá aprovar a ida de Dilma ou até mesmo de Erenice ao Senado, antes das eleições de 3 de outubro.
O senador tucano está convicto que as novas denúncias acabem ocasionando um segundo turno nas eleições presidenciais. "Imagino que tudo isso deverá ter consequência eleitoral. É legítimo explorar eleitoralmente os fatos", disse. "Não acredito que um brasileiro de bem, que paga seus impostos, aceite avalizar com o seu voto um governo corrupto", argumentou Dias. O senador não soube informar se o programa eleitoral na televisão e rádio do candidato tucano José Serra vai explorar as denúncias publicadas pela revista.