Política

Partidos políticos têm gastos milionários com alimentação

18 jul 2022 às 13:38

 Os partidos políticos registraram gastos de R$ 11,2 milhões com alimentação no quadriênio 2017-2020, uma verba que serviu para custear idas a restaurantes de luxo, fornecimento de R$ 31 mil em hambúrguer e refrigerante para uma convenção partidária e também aquisições bem mais modestas, como três pãezinhos franceses e dois sachês de chá contra a gripe. Todo ano, as 32 legendas do país recebem cerca de R$ 1 bilhão de verba pública do Fundo Partidário, dinheiro que é usado para gastos que vão desde o pão quentinho do dia à compra de aeronaves.


Os dados dos gastos das legendas no quadriênio 2017-2020 foram colhidos e organizados pelo Movimento Transparência Partidária. O Republicanos de Sergipe, por exemplo, usou R$ 31 mil para comprar hambúrguer e refrigerante para uma convenção do partido em Sergipe, em 2018. Naquele ano, o PRB - nome do partido na época- teve o candidato a vice na chapa ao governo de Eduardo Amorim (PSDB), que terminou a eleição com 20,5% dos votos válidos e quase foi para o segundo turno."A gente convidou muita gente para vir e foi uma forma que a gente arrumou de facilitar a logística, o evento durava o dia todo", disse o presidente do partido no estado, Jony Marcos. Ele afirmou que a prática não é normal no estado, mas que nesse evento a sigla entendeu que o acerto com a hamburgueria facilitaria os trabalhos.


Em outro caso, o DEM gastou de uma única vez R$ 22,1 mil na churrascaria Fogo de Chão, em Brasília, para o lançamento da pré-candidatura de Rodrigo Maia à presidência da República em 2018 - o deputado nunca mostrou competitividade para o Planalto nas pesquisas eleitorais. Na época, Maia era presidente da Câmara e estava no DEM.O seu sonho presidencial durou de 8 de março até 26 de julho, quando ele afirmou deixar "momentaneamente a pretensão presidencial" para apoiar Geraldo Alckmin, então no PSDB.


O ex-governador de São Paulo terminou em quarto na disputa. A assessoria de imprensa do partido, que hoje se chama União Brasil, não se manifestou. 


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