A deputada Elza Correia (PMDB) protocolou ontem o pedido para criação e instalação da CPI da Copel/Sercomtel, que pretende investigar, dentre outros, o rumoroso caso da venda de ações da empresa de telefonia de Londrina para a companhia estadual de energia. Segundo a súmula do documento, o escopo das investigações deve ser amplo.
A deputada propõe que sejam esclarecidas as circunstâncias em que a Companhia Paranaense de Energia (Copel) comprou 45% das ações da Sercomtel junto à Prefeitura de Londrina em 1998, em uma transação de R$ 186 milhões que foi muito questionada na época. Além disso, a política administrativa da Copel em relação a terceirização de setores da empresa e compra e venda de energia também deve ser questionada pelos parlamentares.
Pela abrangência das investigações e pelos indícios de irregularidades já levantados pelo Ministério Público de Londrina, a CPI da Copel que naturalmente vai ser conhecida como CPI da Copel/Sercomtel/FonteCindam apresenta o potencial para ser a comissão mais explosiva das que devem ser criadas.
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A CPI do Banestado, também pedida ontem, deve ter dificuldades técnicas para chegar a uma conclusão. O esquema de lavagem de até US$ 33 bilhões provenientes do crime organizado investigado pela Polícia Federal envolve agências bancárias de outros países - uma agência no Paraguai de um braço do antigo banco estadual paranaense servia como ponto de passagem para a agência do Banestado em Nova York, acusada de remeter divisas para paraísos fiscais.
Outros três requerimentos de CPIs devem ser enviados à mesa executiva da Assembléia na semana que vem. O deputado Nereu Moura (PMDB) pede a criação de uma comissão para investigar os contratos firmados entre as concessionárias do pedágio de estradas de rodagem e o governo Lerner, e outra para apurar indícios de que despesas de cerca de R$ 100 milhões com os Jogos Mundiais da Natureza, realizados em Foz do Iguaçu em 1997, teriam sido superfaturadas.