No último compromisso de campanha fora de Brasília, na noite de ontem, o candidato do PT à presidência da Câmara, Marco Maia, citou a possibilidade de um "acordo" para "integrar propostas", mas garantiu que não tentaria convencer o deputado Sandro Mabel (PR-GO) a abrir mão da candidatura. Mabel disputa com o petista à revelia de seu partido. "Vamos trabalhar até o dia 1º de fevereiro, quem sabe até para compor um acordo, ver alguma possibilidade de integrar as propostas, os projetos", afirmou Maia, em entrevista. Logo em seguida, disse que "não tem nenhuma conversa com ele (Mabel), nenhuma estratégia montada".
Durante o jantar, que reuniu 26 dos 46 deputados da bancada do Rio de Janeiro, os principais cabos eleitorais de Marco Maia também falaram na possibilidade de Mabel desistir, se o deputado do PR constatar que não chegará aos 130 votos (de 513 deputados) que tinha previsto quando lançou a candidatura. "Temos um respeito enorme pelo PR. O PT tem a responsabilidade, talvez a tarefa, de tentar demover seus filiados de fazer esta disputa", disse Marco Maia, mais preocupado em cumprimentar cada um dos parlamentares, da situação e da oposição.
Mabel tem dito que não desistirá da candidatura, apesar da ameaça de expulsão feita pela direção do partido. Embora contrariado com a "rebeldia" de Mabel, dificilmente o comando do PR punirá o parlamentar. Eleito deputado, o ex-governador Anthony Garotinho, presidente do PR do Rio, disse torcer pela desistência de Mabel e não ter entendido a insistência do deputado em disputar com Marco Maia. "Falei com ele que não era bom. É uma decisão dele, a gente tem que respeitar, embora o partido esteja com posição fechada", afirmou Garotinho.