Deputados e senadores da bancada do PT chegaram à reunião do partido, que acontece nesta noite em Brasília, comemorando o esvaziamento das manifestações deste domingo, 13, que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Citando o perfil majoritariamente classe média dos manifestantes em São Paulo, os petistas avaliaram que a sociedade brasileira não estava representada nos protestos de ontem.
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), comentou a pesquisa Datafolha, que traçou o perfil dos manifestantes que foram à avenida Paulista. Segundo o levantamento, os protestos em São Paulo reuniram um público majoritariamente classe média, com média de idade de 48 anos, sendo que 44% eram de pessoas com renda maior ou igual a dez salários mínimos.
"O povo não foi para a rua. Se dependiam (disso) para avançar o impeachment, o povo disse não", declarou.
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O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que o protesto de domingo em São Paulo foi marcado por um público de "elite", que não representa os paulistanos. "Achei que foi uma manifestação paulista. No resto do País não teve", comentou.
Alguns petistas acreditam que o esvaziamento das manifestações de ontem se deveu ao fato de o processo de impeachment ter sido deflagrado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), envolvido na Operação Lava Jato. "Muita gente não foi para a manifestação por causa do Eduardo Cunha", concluiu o ex-líder da bancada na Câmara, Vicentinho (SP).
Os petistas estão neste momento discutindo as manifestações de apoio ao governo Dilma Rousseff, marcadas para a próxima quarta-feira, 16, mesmo dia da definição pelo Supremo Tribunal Federal sobre o rito do impeachment. Eles acreditam que, com o apoio da CUT, MST e Contag, terão condições de realizar protestos mais expressivos. "Vamos levar mais gente que eles (da oposição)", previu Vicentinho.
A reunião acontece com o presidente da sigla, Rui Falcão. Além dos senadores José Pimentel (CE), Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann, estão deputados como Maria do Rosário (RS), Wadih Damous (RJ), Henrique Fontana (RS), Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS). Também vieram representantes do MST, CUT e Contag.