Novo impasse envolve a classe de educadores em Curitiba. Ontem, a Secretaria Municipal de Educação anunciou um reajuste de 4,8% (IPC-FIPE) para os professores do município, e possibilidade de ganhos salariais de, no mínimo, 5,67%, de acordo com o nível de escolarização dos profissionais. Essa medida faz parte do novo plano de cargo, carreira e salários proposto pela prefeitura. Se aprovados, os ganhos devem passar a valer a partir de julho deste ano.
O Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismac) não concorda com as propostas. Josete Dubiaski da Silva, presidente da entidade, informou que estão agendadas mais duas reuniões para dar continuidade às negociações. A última será no próximo dia 18. "Há indicativo de um movimento de greve, caso não haja avanço nas negociações."
De acordo com Josete, o compromisso assumido pelo prefeito Cassio Taniguchi na campanha do ano passado, foi de reajustar os salários dos professores municipais em 10% para repor as perdas referentes ao período de 1993 a 1996. O que o sindicato reivindica, ainda, é uma reposição com base no índice inflacionário do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), que foi de 7,4%, pela perda dos últimos 12 meses, além de 14,85% referentes a perdas históricas desde 1991.
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O novo plano de cargos e salários, segundo o secretário municipal de Educação, Paulo Afonso Schmidt, propõe a criação de um cargo único para o profissional do magistério. O professor teria um "crescimento vertical" de acordo com o nível de escolarização. A idéia é incentivar o professor a buscar sua capacitação profissional e, com isso, promover melhoria da qualidade de ensino. Atualmente, o salário inicial do professor de 1ª a 4ª série é de R$418,29 e do professor de 5ª a 8ª série e do que presta suporte pedagógico é de R$626,32.
Josete critica o plano, dizendo que para o professor poder ter esse crescimento ele terá que passar por um concurso interno. "Como a proposta da secretaria é realizar um concurso por ano, abrindo 50 vagas, para atingir todos os professores da rede (6.871) seriam necessários aproximadamente 140 anos".