O presidente nacional do PSDB, deputado José Anibal (SP), anunciou no final da tarde o afastamento dos senadores paranaenses, Alvaro Dias e Osmar Dias, do partido. Segundo Anibal, a decisão foi tomada por unanimidade da executiva nacional porque os senadores se recusaram a retirar as assinaturas do requerimento de criação da CPI da Corrupção, para investigar o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Os irmãos Dias rechaçaram a declaração de Anibal - que consideram uma posição isolada do deputado. Ambos disseram que permanecem no partido esperando uma decisão oficial. "A executiva não votou, não deliberou essa decisão. Os outros integrantes presentes na reunião garantem que não foi votado", disse Osmar.
Ele afirmou que vai esperar uma "formalização". "Só a palavra do Anibal não vale. Queremos um documento legal". Para Osmar, não existe afastamento e, se a cúpula tucana quiser, que formalize a expulsão.
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Alvaro adotou tom ainda mais incisivo. "O José Anibal não é o proprietário do PSDB, é presidente. Ele não tem poder de afastar ninguém", rebateu. De acordo com Alvaro, existe um ritual que precisa ser seguido, começando com uma representação no Conselho de Ética. "O Anibal não pode invadir meu mandato e dizer como eu devo proceder. Jogo duro não funciona", emendou o presidente estadual da legenda.
Durante reunião no início da tarde com Anibal, os irmãos Dias exigiram que a questão fosse decidida depois de discussão envolvendo todo o diretório do partido. Alvaro e Osmar garantiram que não retirariam as assinaturas.
O líder dos tucanos no Senado, Sérgio Machado, marcou reunião com a bancada de 13 senadores, logo após o término da sessão. Osmar disse que vai participar, mas não vai pedir apoio e só ouvir.
A bancada estadual não acreditava na saída dos senadores tucanos. O líder do PSDB na Assembléia Legislativa, Sérgio Spada, disse que era uma posição pessoal de Anibal. "Os senadores agiram de maneira ética e, portanto, não têm o que temer", ponderou. José Maria Ferreira também não acredita na expulsão. Para Ferreira, a saída de Alvaro e Osmar poderia estar sendo articulada para abrir espaço para integrantes do grupo do governador Jaime Lerner (PFL), como Cassio Taniguchi (PFL), prefeito de Curitiba.
Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira