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Procurador acusa direção do Banestado de conivência

Redação - Folha de Londrina
18 fev 2003 às 10:11

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O procurador da República Antônio Celso Três, que durante dois anos investigou as contas CC-5 (de não-residentes), criticou ontem a direção do Banestado por não ter percebido o fluxo anormal de dinheiro enviado para a agência de Nova York no período de 1996 a 1999. Segundo o procurador, tanto a direção do banco como o próprio Banco Central tinham condições de sentir antecipadamente os problemas.

''Se as verbas fossem fracionadas, até poderia se considerar a hipótese de ignorância. Mas pelas quantias movimentadas em uma agência que tinha poucos clientes nos Estados Unidos, seria impossível que o diretor da agência não notasse que havia algo de errado. Nesses casos, ou o diretor é um tapado ou é conivente, e nos dois casos não devia estar no comando da instituição'', afirmou Três.

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Valor exagerado
Celso Três acha improvável, todavia, que a agência do Banestado em Nova York tenha movimentado US$ 30 bilhões no período de 1996 a 1999. A Polícia Federal estima que essa quantia tenha sido enviada para a agência no período em um mega-esquema de lavagem de dinheiro, que está sendo investigado por peritos do órgão.

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Durante o período em que investigou as contas CC-5, Celso Três teve acesso a todas as movimentações financeiras do Brasil para o exterior entre janeiro de 1992 e dezembro de 1998. Nesses seis anos, foram enviados um total de US$ 124 bilhões para o exterior. O levantamento não incluiu remessas de valores inferiores a US$ 150 mil.

Para o procurador, é improvável que em apenas três anos a agência do Banestado em Nova York tenha movimentado 25% de todos os valores remetidos entre 1992 e 1998. ''Acho esse valor meio exagerado. É muito para apenas uma agência, mesmo que levemos em conta o fato de Foz do Iguaçu ser a terceira cidade que mais remeteu divisas ao exterior no período'', analisa Celso Três. O procurador, no entanto, não quis revelar outros números de remessas.


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