A Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai propor o cancelamento contábil dos créditos tributários que a Companhia Paranaense de Energia (Copel) utilizou para quitar uma dívida de R$ 45 milhões com o governo estadual. Os créditos foram adquiridos em dezembro passado da empresa Olvepar, que faliu em agosto de 2002. A operação teve a participação do doleiro Alberto Youssef, envolvido em escândalos de lavagem de dinheiro.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) e o Ministério Público (MP) estadual fizeram uma investigação preliminar que aponta que a operação, realizada durante a gestão do ex-presidente da Copel e ex-secretário da Fazenda Ingo Hubert, foi ilegal.
Segundo o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, os créditos da Olvepar seriam fictícios e os R$ 45 milhões pagos pela Copel não teriam entrado nos cofres estaduais. ''Vamos pedir o cancelamento contábil e ao mesmo tempo buscar dos responsáveis a devolução do dinheiro utilizado na operação'', afirmou Lacerda. A Copel teria que pagar de volta a dívida.
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Em depoimentos ao MP e em entrevista à Folha de Londrina, o advogado da massa falida da Olvepar, José Célio Garcia, afirmou que desconhecia qualquer negociação com a Copel. Mas a reportagem teve acesso a procurações assinadas por Garcia, dando poderes para cuidar da negociação a Luiz Sérgio da Silva e depois a Antônio Carlos Fioravante Pierruccini.
Lacerda sustenta que as operações foram ilegais porque não tiveram a participação do síndico da massa falida da Olvepar, Vanilso de Rossi. A reportagem tentou falar com Rossi ontem, mas a secretária dele informou que não era possível o contato porque ele estava viajando. Garcia não respondeu ao pedido de entrevista.