A prisão do ex-deputado federal André Vargas (sem partido-PR) não deve mobilizar o PT, antiga legenda do ex-parlamentar, preso nesta sexta-feira, 10, na 11ª etapa da Operação Lava Jato denominada "A Origem". A cúpula petista, conforme apurou o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, deve manter silêncio sob o argumento de que Vargas "não é mais filiado ao partido".
No ano passado, o PT pressionou Vargas para renunciar ao mandato de deputado em meio à denúncia de que era ligado ao doleiro Alberto Youssef. O então deputado resistiu à pressão do partido. Vargas acabou de desfiliando do PT para tentar manter o mandato na Câmara dos Deputados, que cassou seus direitos políticos no apagar das luzes de 2014.
O líder petista na Câmara, Sibá Machado (AC), disse que o partido não tem que comentar a prisão de Vargas e avaliou que o "desgaste" na imagem já ocorreu durante o processo de cassação do ex-deputado, após a relação dele com Youssef vir à tona. "Esse desgaste já foi feito e não há mais o que falar sobre isso", disse.
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Ao ser questionado sobre a acusação de que Vargas e Youssef usaram empresas de publicidade falsas para fechar contratos com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde -, como parte do esquema de propina para políticos investigados pela Lava Jato -, Machado disse que vai aguardar o envio de documentos oficiais à CPI da Petrobras para analisá-los.
O líder do PT avalia que a ligação do partido a desvios por meio de contratos oficiais em órgãos públicos - além da Petrobras, da Caixa e da Saúde - já foi um expediente "tentado" no caso do laboratório Labogen em 2014 e não houve comprovação.
À época, Youssef foi apontado como sócio da empresa, que teria firmado contrato com o Ministério da Saúde por intermédio de Vargas. "Isso já foi falado no caso da Labogen tentando chegar ao (Alexandre) Padilha (ex-ministro da Saúde), que se defendeu", afirmou.