O secretário de Estado das Comunicações, Rafael Greca de Macedo, foi alvo de grampo telefônico quando ainda era ministro do Esporte e Turismo no final de 1999. A descoberta foi feita por ex-funcionários do Instituto Farol do Saber (entidade que presta assessorias, promove convênios e incentiva a cultura) que perceberam ruídos nas linhas telefônicas.
O caso foi levado para a Polícia Federal e foi constatada a existência de grampo através de uma varredura nas linhas telefônicas. As investigações foram realizadas, mas os autores da escuta clandestina não foram identificados ou punidos.
O grampo foi encontrado em meados de outubro, no mesmo período em que foi constatada a existência de escuta telefônica no gabinete da ex-secretária de Estado da Administração, Maria Elisa Paciornik.
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Em depoimento dado à polícia e repetido na CPI da Telefonia, a ex-secretária disse que o grampo foi percebido por ela quando conversas telefônicas que mantinha começaram a fazer parte dos diálogos de corredor do Palácio Iguaçu. Na oportunidade, Maria Elisa tinha descoberto superfaturamento em licitações e procurava moralizar o governo do Estado.
Greca já vivia uma situação diferenciada. Ele ainda era ministro e estava sendo investigado pelo Ministério Público Federal. O procurador da República, Luiz Francisco Fernandes de Souza, investigava as denúncias de favorecimento e liberação de funcionamento de máquinas caça-níqueis e bingos eletrônicos mediante o pagamento de uma taxa que seria usada na campanha de Greca ao governo do Estado em 2002. As denúncias envolviam o advogado curitibano André Roberto Manfredini e Sérgio Buffara - irmão de Luiz Antônio Buffara, amigo e assessor de confiança de Greca.
Meses depois, em fevereiro de 2000, o próprio Instituto Farol do Saber começou a ser alvo de investigações. Souza queria saber de onde vinha o dinheiro da instituição que poderia estar servindo como instrumento para um suposto caixa de campanha. Ele chegou a pedir a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Greca.
A assessoria de imprensa do ex-ministro confirmou a existência do grampo no Instituto no final de 1999. No entanto, o caso não teria preocupado Greca na oportunidade. Os funcionários que pediram a varredura no local já não fazem mais parte da equipe do Instituto Farol do Saber. Através da assessoria, Greca disse que já nem lembrava mais do episódio.