O relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, deram demonstrações de que discordarão sobre a existência de provas para condenar o ex-presidente do PT José Genoino por envolvimento com o esquema do mensalão.
Joaquim Barbosa, concluiu nesta quarta o seu voto reconhecendo que o ex-presidente do PT José Genoino teve participação no esquema do mensalão e praticou o crime de corrupção ativa. Ricardo Lewandowski afirmou que o Ministério Público Federal não conseguiu "nem de longe" comprovar que Genoino participou da compra de parlamentares. Até o início da noite, Lewandowski não tinha concluído seu voto, mas dava sinais de que defenderia a absolvição do ex-presidente do PT.
Para sustentar a necessidade de condenar Genoino, Joaquim Barbosa citou o fato de ele ter assinado os contratos de empréstimos fraudulentos que garantiram os recursos para compra de parlamentares. "Houve colaboração específica de Genoino. O acusado executou o delito de corrupção ativa em relação ao corréu Roberto Jefferson ao negociar montantes que seriam repassados pelo PT. Vale salientar que Genoino admitiu assinar empréstimos fraudulentos, demonstrando sua proximidade com Marcos Valério", disse Joaquim Barbosa.
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Mas Lewandowski afirmou que os empréstimos foram pagos. Para ele, a acusação foi lacônica, abstrata e não individualizou as supostas condutas praticadas por Genoino. "Se houver um dia em que o presidente de um partido político não puder se sentar com outros presidentes de partidos políticos para decidir sobre coalizões e eventualmente sobre repartição de verbas, então é melhor fechar o País e retrocedermos aos tempos da ditadura militar ou, mais ainda, à ditadura Vargas, ou quem sabe aos tempos em que a oligarquia latifundiária que dominou esse país por vários e vários anos, ou por séculos talvez, resolvia as eleições a bico de pena".
Além de ser a favor da condenação de José Dirceu, Genoino e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, Joaquim Barbosa defendeu a punição do publicitário Marcos Valério e dos seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, da ex-diretora de agência de publicidade Simone Vasconcelos e do advogado Rogério Tolentino. Lewandowski disse que Tolentino deve ser absolvido.