O senador Roberto Requião (PMDB) acusou nesta sexta-feira, em Londrina, o prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), de gastar R$ 50 milhões durante a campanha eleitoral do ano passado, valor que não teria sido declarado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). "Por uma briga interna do grupo lernerista, chegou às minhas mãos a documentação do livro-caixa com cada saída de recursos. Isso seguramente dá cadeia", atacou o senador, que esteve em Londrina acompanhado do ex-governador Paulo Pimentel (pré-candidato ao Senado).
Durante entrevista, Requião também garantiu ter provas de irregularidades na prestação de contas do governador Jaime Lerner ( PFL), referentes à campanha eleitoral de 98. O senador alegou que no últimos 10 dias da campanha de 98, o comitê do governador teria enviado R$ 100 mil para cada município do Paraná, totalizando R$ 39 milhões. Por outro lado, sua campanha teria custado, oficialmente, R$ 461 mil. Segundo ele, os advogados do PMDB estão estudando os documentos, que serão entregues ao MPF Receita Federal e PF.
Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o secretário de Governo da Prefeitura de Curitiba, Benone Manfrin, afirmou que as contas da campanha de Cassio estão em conformidade com a legislação e que as acusações do senador são infundandas e não correspondem a verdade. A assessoria de imprensa da prefeitura disse que Requião não teve uma trajetória "muito satisfatória" no Senado e agora "está procurando formas de aparecer". O vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa, que estava em Londrina, mostrou-se surpreso com as acusações. "Estou sabendo agora, mas não tem o menor fundamento", garantiu.
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Já a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu afirmou que Requião está tentando provocar um segundo turno das eleições – que não houve. "Isso é mentira, as liberações de verba são controladas pela Justiça e o senador usa da mentira de forma contumaz", disse a assessoria.
Nesta sexta-feira, em Londrina, Requião se reuniu com lideranças do PMDB para discutir a postura do partido na disputa e defendeu uma aliança das oposições. "Meu sonho é termos uma candidatura única das oposições no Paraná e à Presidência da República", afirmou. Pré-candidato ao governo do Estado, Requião disse que o PMDB está aberto ao PT e aos partidos de oposição para uma composição em cima de um programa claro e que mude a política do Estado do Paraná.
"Para ser sincero, eu não acredito que consigam candidatos com melhor condição de disputa do que os que nós temos hoje. Mas queremos conversar de uma forma aberta". Segundo ele, o partido iniciou conversas com o PT nacional e não sabe como estão as conversações com o PT estadual, que, segundo ele, atravessa uma "crise momentânea".
Requião também alfinetou o senador Alvaro Dias (PDT), que estaria "arrependido" por ter apoiado Jaime Lerner. "O acordo branco foi bom pra ele (Alvaro), mas tomou das oposições o governo do Estado. Ele se elegeu senador, mas o Banco do Estado (Banestado), que já era roubado naquela época, foi perdido. O pedágio continua mantido e avançaram na venda da Sanepar. Agora querem vender a Copel, depois de terem liquidado a Ferroeste". Para Requião, Alvaro só vai se redimir partindo para um acordo com as oposições.