O senador Roberto Requião (PMDB-PR) criticou neste sábado (15), durante encontro estadual do PMDB, em Curitiba, a chamada Agenda Brasil, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e pelos ministros da área econômica como forma de o País superar a crise. "É um retrocesso, a volta àquele esquema de privatizações, de dependentismo do (ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP). Eles esqueceram que o Fernando saiu do governo completamente desmoralizado e com uma popularidade destroçada", afirmou.
Requião foi a principal estrela do evento promovido pela Fundação Ulysses Guimarães (FUG-PR), ligada à legenda, no Hotel Pestana, com o objetivo de debater a atual conjuntura política e estabelecer as estratégias visando às eleições de 2016 e 2018. No mesmo horário, a apenas 160 metros dali, na Sociedade Thalia, o PSDB estadual também se reuniu. Em conversa com a imprensa, o peemedebista admitiu que a situação nacional "não está boa", no entanto, disse que os posicionamentos de seus correligionários, caso de Renan e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não condizem com os anseios da população.
"Estão tentando um pacto com o capital, com os exploradores e com a dependência. Querem acabar com o Mercosul (Mercado Comum do Sul), voltar com o esquema da Alca (Área de livre Comércio das Américas, proposta pelo então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, em 1994). Estão completamente errados", disse. "Esse não é o rumo do PMDB. O PMDB fala pelas suas bases e pela sua convenção", completou.
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Também sobraram alfinetadas ao governador Beto Richa (PSDB), que segundo ele está envolvido em um "inesgotável esquema de corrupção", investigado pelas operações Voldemort (fraude em licitação) e Publicano (a superorganização criminosa que agia na Receita Estadual em Londrina). "O PMDB é o partido que sai incólume deste processo. É a esperança de reorganização do Paraná". Requião acrescentou, ainda, que a sigla deve lançar candidatos em todos os 399 municípios do Estado no próximo pleito. Um dos nomes já ventilados é o de Requião Filho, propenso a disputar a Prefeitura de Curitiba.
"Aquela época em que nosso partido era pressionado para fazer alianças acabou. O PMDB tem nome, tem história e vai mostrar a que veio em 2016", discursou o deputado estadual. O ministro da Aviação, Eliseu Padilha, que também falaria na abertura do evento, não compareceu. Nos bastidores, a informação era de que a presidente Dilma Rosseff (PT), preocupada com as manifestações deste domingo (16), havia convocado todo o primeiro escalão para uma reunião em Brasília.